O estado do Rio de Janeiro já contabiliza 131 macacos mortos desde o início do ano. No entanto, a maioria das mortes não deve ter relação com o vírus da febre amarela. Do total, 69% registram sinais de ataques humanos, seja por meio de espancamento ou de envenenamento. É o que aponta a Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) da prefeitura do Rio de Janeiro, órgão ao qual está vinculado o Instituto Jorge Vaitsman, que vem recebendo os animais recolhidos em todo o estado para necrópsia.
Os macacos são aliados que ajudam a mapear a presença do vírus e não transmitem a febre amarela, que só é adquirida por meio da picada de um mosquito infectado. Segundo especialistas, a infecção nos animais dura entre três e cinco dias e, após esse período, eles morrem ou se tornam imunes. Dessa forma, as agressões atingem geralmente macacos sadios, que não tiveram contato com o vírus, ou que já estão imunizados.
Ante da situação, a Linha Verde, programa do Disque-Denúncia específico para delatar crimes ambientais no Rio de Janeiro, lançou uma campanha contra as agressões aos macacos. De acordo com a legislação ambiental, matar animal silvestre é crime e o autor pode ser condenado a uma pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa.