Em assembleia realizada na última terça-feira (27), com a Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jardim (SINDIJARD), Léa Filgueira, os professores do município votaram a favor de declararem greve, caso o prefeito Aniziário Jorge não ofereça acordo de reajuste salarial de acordo com o exigido pela categoria.
De acordo com Léa, os professores se encontram desestimulados, desvalorizados e angustiados, pois desde o ano de 2007 a gestão municipal não efetua o repasse salarial conforme o valor do aluno, oferecendo apenas o valor referente a inflação do ano anterior. “Esse ano ele (prefeito) apresentou a proposta de só a inflação do ano anterior, de 2,81%, e não deixou só de dar essa reposição, mas o que foi pior, ele ainda veio com uma proposta de retirar uma gratificação do planejamento que esses professores recebem há mais de 20 anos.”, afirmou a presidente do sindicato.
Entre as reivindicações da classe, estão a garantia de 1% de progressão da polivalência salarial e dos direitos previstos no Plano de Cargos e Carreiras do Magistério, que até o momento não foi dada aos professores.
O problema, ressalta Léa, vem do descaso do governo estadual para com os professores, onde a mesma ressalta que iniciou pelo município de Icó, e findou chegando em Jardim. “Ficou deliberado que daria o prazo que iremos aguardar, e também que o prefeito repense com carinho na situação dos professores, e nos dê uma contra proposta razoável até o dia 1º, porém caso essa categoria não tenha nenhuma resposta até lá consente em declarar a greve”, concluiu a presidente do sindicato.
De acordo com nota do SINDIJARD, a greve gerará uma grande revolta, visto que será um grande impacto para mais de 500 professores e também para o comércio local. Cita ainda que desde o ano passado a classe obteve reajuste conforme inflação do ano anterior, e que o valor do aluno não está sendo repassado, o que ocasiona achatamento nos salários da categoria.
Respeitando a lei de 72 horas para obter um posicionamento, poderá, caso contrário, ser deflagrada greve já na próxima quarta-feira, dia 7.
A Secretária de Educação de Jardim, Inês Sampaio Aires, deu entrevista pública afirmando não reconhecer a legalidade da greve e reforça que, mesmo com a diminuição de 20% da remuneração após remanejo do planejamento mensal, reconhece o prejuízo da diminuição dos salários, mas afirma que há necessidade destas questões serem tramitadas conforme a lei. De acordo com a pasta, a diminuição representa um valor líquido entre R$ 260,00 e R$ 520,00 reias. A secretaria responsável afirma ainda não ter feito os cálculos do valor atualizado da redução para o mês de março.
Atualização
O prefeito de Jardim, Aniziário Jorge, falou com a equipe do Badalo sobre o assunto. Ouça o áudio na íntegra: