A dança toma conta de Campinas em 2025. De 25 de setembro a 5 de outubro, a cidade se transforma em palco da 14ª Bienal Sesc de Dança, que comemora dez anos de história na região e reúne corpos, ritmos e linguagens de diversos cantos do mundo. São cerca de 80 atividades – entre espetáculos, performances, instalações e ações formativas – representando 18 países e 10 estados brasileiros, que expandem os limites da cena contemporânea e convidam o público a explorar novas percepções e reflexões.
Realizada pelo Sesc São Paulo, com apoio da Prefeitura Municipal de Campinas e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Bienal chega a sua sexta edição em Campinas – o festival acontece na cidade desde 2015, após oito edições em Santos (de 1998 a 2013) – reafirmando a dança como espaço de encontro, diversidade e invenção. Danças cênicas, urbanas, populares, experimentais e comunitárias compõem uma programação vibrante que mistura tradição e vanguarda, colocando em diálogo artistas consagrados e novas vozes.
Com origens no Ceará, Bahia e Minas Gerais e crescidos da diáspora africana, Gil Amâncio, Luiz de Abreu e Altemar Di Monteiro apresentam Quintal nos dias 3 e 4 de outubro, sexta e sábado, às 11h, no Jardim da Biblioteca do Sesc Campinas. A performance é um jogo poético, uma partilha de intuições negras em que dança, música e teatro se embaralham sem hierarquias. Os criadores-performers ecoam o pensador quilombola Nêgo Bispo, percorrendo tempos e espaços que vivem antes, durante e além de nós.
“O espetáculo vem das nossas experiências como crianças em quintais e famílias. Para nós, povo preto, não é uma estética, é uma sobrevivência. Quando você é abordado pela polícia, tem que ter uma presença, porque nosso jogo é de vida e morte. Então, como você sobrevive nesse jogo? É aguçando os sentidos, aprendendo a inverter a relação. É isso que a gente traz para essa experiência, essa atenção. Não é um corpo que improvisa, mas um corpo que tem presença”, enfatiza o trio de artistas.