Neste último domingo, 28, mais uma agência bancária no interior do Ceará foi invadida e explodida, por um grupo de 15 homens fortemente armados durante a madrugada. A agência do Banco do Brasil de Solonópole, no Sertão Central, foi alvo de explosivos, e ainda, segundo policiais, os criminosos intimidaram a polícia e atiraram várias vezes contra o prédio da delegacia.
Esta estatística amplia para mais de 50 agências que, segundo o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Bosco Mota, estão sem o serviço de atendimento funcionando no momento, tendo que ser redirecionado para outras agências próximas. Segundo Mota, foram redirecionados os atendimentos para as agências do triângulo Crajubar (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha) o serviço das unidades do Banco do Brasil de Nova Olinda, Assaré, Antonina do Norte, Aiuaba e Saboeiro, que foram também explodidas e/ou invadidas por criminosos.
No interior do estado foram registrados ataques às agências de Nova Olinda, que foi arrombada por uma quadrilha fortemente armada durante a madrugada, no dia 12 de julho de 2017; em Assaré, segundo a delegacia municipal, a agência foi alvo de explosões durante a madrugada do dia 11 de junho de 2017; no dia 9 de junho de 2017, outra agência em Antonina do Norte foi bombardeada durante a madrugada, ficando bastante destruída após a ação; a agência de Aiuaba foi atacada por volta das duas e meia da madrugada do dia 1 de fevereiro de 2017, deixando a população em pânico com os vários disparos; já na cidade de Saboeiro houve mais uma explosão a agência do Banco do Brasil, no dia 17 de fevereiro de 2017, sendo que cerca de 15 criminosos munidos com fuzis e escopetas ocuparam o município, mas não conseguiram levar o dinheiro da agência. Também, em 27 de dezembro do mesmo ano, o carro forte da empresa Prosegur foi assaltado na rodovia 282, a cerca de 15 quilômetros da cidade de Jucás, este também estava seguindo para Saboeiro e foi rendido por um grupo de cinco assaltantes que explodiram o veículo, sendo que teriam roubado cerca de R$ 600 mil.
Atualmente todas estas agências estão sem funcionar, devido reformas e procedimentos de segurança, para que possam reabrir ainda neste ano de 2018, mas por enquanto sem numerário, ou seja, sem dinheiro em grandes quantias nos caixas. Ainda segundo Mota, a agência do Bradesco de Pedra Branca, no Sertão Central, que foi atacada por um grupo fortemente armado no dia 2 de março de 2017, voltará a funcionar também sem numerário. Já a o Banco do Brasil informou que não mais manterá sua agência na mesma cidade, sendo que os moradores deverão contar agora com agências de cidades próximas, como Boa Viagem e Senador Pompeu.
Algumas agências da região do Cariri também foram afetadas, como as do Banco do Brasil e Bradesco de Missão Velha, que foram atacadas no dia 3 de fevereiro de 2017, e deixadas parcialmente destruídas pelos assaltantes. Já a agência do Banco do Brasil de Nova Olinda foi atacada por uma quadrilha fortemente armada, em 12 de julho do mesmo ano, entretanto os criminosos não levaram nenhuma quantia em dinheiro.
Segundo o diretor jurídico do Sindicato dos Bancários do Cariri, Antônio Ambrósio de Oliveira, os bancários se demonstram preocupados com a situação da segurança destas agências, e também do funcionamento sobrecarregado das que recebem o atendimento redirecionado de outras cidades das quais não está sendo realizado, devido as explosões, impossibilitando o funcionamento destas. Além disso, o número de funcionários se encontra reduzido, o que causa ainda mais dificuldade em normalizar o funcionamento destas agências das quais foram arrombadas, além de não suprir o atendimento da população, que se aglomeram em imensas filas nas agências mais centrais em cidades maiores.
De acordo com Ambrósio, está sendo levado em pauta uma proposta encaminhada ao Poder Legislativo, que trata de medidas de segurança bancária, para que haja segurança garantida e reforçada nas agencias dos principais bancos alvos de assaltos, saidinhas de banco, arrombamentos e explosões, no intuito de que se estabeleça uma área de proteção de cerca de 150 metros da entrada de cada agência, para que os clientes possam transportar e armazenar valores em segurança. O projeto de lei, segundo ele, necessita contar com o apoio dos bancários para que seja levado à frente, priorizando a segurança dos clientes e funcionários das agências bancárias em todo o estado.