domingo, 28 de abril de 2024

Em 28 anos, a utilização de cheques caiu 95% no Brasil

A utilização de cheques entre os brasileiros está se tornando cada vez mais incomum. Em 2023, o país registrou uma queda de 17% no uso desse meio de pagamento em comparação com o ano de 2022, de acordo com dados publicados na última segunda-feira (22) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No total, foram compensados 168,7 milhões de cheques em 2023. Ao comparar, esse número representa uma redução de 95% em relação a 1995, início da série histórica, quando o país contabilizou 3,3 bilhões de cheques compensados. Os dados fornecidos pela Febraban são baseados no Serviço de Compensação de Cheques (Compe).

A Febraban também informou que houve uma diminuição no volume financeiro dos cheques no ano passado, juntamente com uma redução no total de documentos devolvidos e uma queda nos cheques devolvidos por falta de fundos. Enquanto em 1995 o país registrou R$2 trilhões em cheques compensados, em 2023 esse valor totalizou R$610,2 bilhões, representando uma queda de 70%. Em comparação a 2022, quando o país registrou R$668,8 bilhões, a redução em 2023 foi de 8,5%.

Quanto à devolução de cheques sem fundos, os dados da Febraban mostram que em 2023 foram devolvidos 18 milhões de cheques, equivalente a 10,67% do total de cheques compensados no Brasil, representando uma diminuição de 7,9% em comparação com os registros de 2022, quando foram contabilizados 19,5 milhões de documentos devolvidos. As razões para a devolução de cheques incluem falta de fundos, erros de preenchimento ou irregularidades no documento.

Em relação aos cheques devolvidos por falta de fundos, a Febraban relata que houve uma queda de 9% em 2023 em comparação com 2022. Enquanto em 2022 foram contabilizados 15 milhões de devoluções, no ano passado esse número diminuiu para 13,6 milhões. Em 1997, ano inicial do registro desses dados, o Brasil registrou um total de 56,8 milhões de cheques sem fundos devolvidos.

A Febraban explicou que a redução no número de cheques é atribuída à preferência dos brasileiros pelos meios digitais de pagamento, como internet e mobile banking, além da utilização do Pix, lançado em fevereiro de 2020.

Apesar das sucessivas reduções, a Febraban informou que o valor médio dos cheques aumentou em 2023, passando de R$3.257,88 em 2022 para R$3.617,60 no ano passado. Para a entidade, esse aumento sugere que os brasileiros optam por cheques em transações de maior valor.

 

Por Rafael Silva com supervisão de Pedro Paulo Vieira

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