O Brasil já aparece em segundo lugar na lista dos países do continente americano com o maior número de casos de sarampo neste ano, atrás apenas da Venezuela. É o que aponta o alerta da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), um órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS). A presença de vários focos de sarampo nas Américas preocupa as autoridades de Saúde, porque a região foi declarada livre da doença em 2016.
“Diante dos focos de sarampo em curso nas Américas, os países devem redobrar esforços para vacinar suas populações”, advertiu a OPAS em relatório divulgado em Washington, na sexta-feira.
Nos primeiros meses de 2018, nove países da América notificaram casos confirmados de sarampo, sendo o principal foco ocorrido na Venezuela, com 159 casos, seguido de Brasil, 14.
Em 2017, a Venezuela também liderou o número de casos, com 727, com o principal foco situado no estado de Bolívar (82%). Entre os mais afetados estão as crianças com menos de cinco anos, seguidas pelo grupo de seis a 15 anos.
A situação na Venezuela afeta especialmente o Brasil, onde os focos são registrados em Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, que têm recebido milhares de imigrantes venezuelanos, fugindo da crise social no país.
Conforme a OPAS, todos os casos são de cidadãos venezuelanos não vacinados de nove meses a 18 anos.
O genótipo identificado em todos os casos confirmados é o D8, idêntico ao que afetou a Venezuela em 2017.
A OPAS havia declarado em 27 de setembro de 2016 a América zona livre de sarampo endêmico, a primeira em todo o mundo, após 22 anos de uma guerra baseada na vacinação em massa.
A vacinação é a única forma de prevenir essa doença infecciosa, viral, extremamente contagiosa e muito comum na infância. Entre os sintomas, estão febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
Vacinação
Ceará participa de força tarefa em Roraima
A experiência do Ceará no enfrentamento da epidemia de sarampo entre 2013 e 2015 rendeu à Secretaria da Saúde do Estado o convite do Ministério da Saúde para integrar, neste mês, uma força tarefa de combate, prevenção, controle e busca de novos casos da doença em Boa Vista, Roraima, destino dos venezuelanos.
Lá, a coordenadora estadual de imunizações da Sesa, Ana Vilma Leite Braga, e a técnica Ana Carina Borges Carneiro participam de uma grande campanha de vacinação, iniciada no último dia 10. As ações são nos moldes similares as utilizadas durante a epidemia que atingiu o Ceará (de dezembro de 2013 a julho de 2015) e que teve 1.52 casos confirmados.
Em reconhecimento, a Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa recebeu o prêmio da 15ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças.