A arte também é uma forma de resistir e denunciar os diversos tipos de violências que afetam as mulheres cotidianamente. Na região do Cariri, celebrada por sua cultura e natureza, mulheres perdem o direito de ser, no sentido mais amplo da palavra. É com o intuito de denunciar a crescente violência, misoginia e machismo que surge o documentário Verbo Ser, com direção da cineasta e fotógrafa Nívia Uchôa.
A obra será lançada na próxima quinta-feira (22), às 14h, no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro do Norte. Após a exibição, a programação segue com um bate-papo com a diretora. Através de imagens de arquivo, resgates históricos de crimes que seguem impunes e depoimentos de mulheres cis e trans ativistas, aliados a uma linguagem esteticamente bem elaborada e outros elementos cinematográficos, a obra aborda essa temática urgente que são as violências na região do Cariri, com o intuito de dar um passo em direção à mudança dessa problemática social através das vozes que não são silenciadas.
“É meu primeiro longa-metragem e que dedico a todas as mulheres que tiveram suas vidas ceifadas, aos familiares das vítimas e mulheres que ficaram e lutam por erradicar essas violências que eu chamo de arcaicas e dicotômicas, que são as violências contra as mulheres”, diz Uchôa.
O documentário, com roteiro de Lívia Agra, Pamela Queiroz e Nívia Uchôa, tem participação de nomes importantes da luta feminista na região do Cariri, como Verônica Carvalho, Valéria Carvalho, Claudia Rejane Pinheiro, Verônica Isidório, Mra Guedes, Célia Rodrigues, Brenda Vlazack, Zuleide Queiroz e Maria Raiane Feliz Bezerra.
O longa-metragem foi construído a partir do XIV Edital de Cinema e Vídeo – Produção da Secult Ceará.
Sobre a diretora
Nívia Uchôa é fotógrafa, cineasta, curadora, natural de Aracati-CE e licenciada em Geografia pela URCA (1998). Possui uma trajetória extensa nas áreas de artes visuais, audiovisual e educação. Atuou como fotógrafa para a Assessoria de Imprensa do Governo do Ceará (2016-2023) e como professora universitária nas áreas de fotografia, cinema e artes visuais. É fundadora do acervo Poesia da Luz, que preserva negativos de sua
autoria. Já ministrou o curso de fotografia TransOlhar, voltado para pessoas cegas e com baixa visão. Dirigiu, roteirizou e fotografou diversos curtas e longas-metragens, com destaque para Verbo Ser e Tocar o Tempo.