Em épocas chuvosas é bastante comum o aumento da busca dos pacientes às unidades de saúde. Segundo o oftalmologista João Correia Saraiva Filho, vários destes pacientes procuram atendimento médico por apresentar infecções de trato respiratório, diarreias e muitas vezes conjuntivites.
Ele explica que este fato não ocorre por simples coincidência. Nesta época, em decorrência do aumento das chuvas, há o aumento da umidade, que facilita a proliferação de agentes causadores. Além disso, há a tendência para aglomeração de pessoas. Somado a isso temos o carnaval, período onde as festividades ocorrem em todo o país.


Trasmissão
No caso da conjuntivite, o adenovirus é o principal responsável por surtos neste período. A transmissão se dá principalmente por contato direto ou indireto, isto é, contato das mãos ou dos olhos com uma superfície contaminada. Desta forma, a melhor maneira de prevenir o contágio é lavando bem as mãos antes e após tocar em superfícies de uso comum (maçaneta de portas, balcões de atendimento) e ao cumprimentar outras pessoas. Lembrar sempre de evitar de levar as mãos aos olhos é também uma boa dica.
Sintomas
A conjuntivite adenoviral se apresenta com sinais e sintomas após um breve período de incubação (período onde a pessoa foi infectada e não apresenta nenhum sinal de doença). Após esse tempo, ocorre vermelhidão ocular na porção esbranquiçada do olho, chamada de conjuntiva (dai o nome conjuntivite), lacrimejamento, irritação ocular, inchaço e fotofobia, que geralmente começam em um olho e se espalha rapidamente para o outro. Também é comum notar-se um nódulo linfático próximo ao ouvido, que muitas vezes é aumentado e doloroso. Na maioria dos casos, sua duração é de 4 a 7 dias, mas podendo se estender por 3 a 4 semanas em casos mais graves. Muitos pacientes que apresentam essa inflamação tiveram contato recente com alguém com conjuntivite ou infecção de trato respiratório.
Diagnóstico
O diagnostico é clínico em consultório oftalmológico e não requer exames adicionais. Quando ocorre suspeita de algum outro agente causador, pode ser necessário exames complementares e acompanhamento mais rigoroso para monitorar a evolução da doença. No entanto, a grande maioria dos casos evolui bem sem sequelas ou complicações posteriores.
Tratamento
O tratamento do Conjuntivite Adenoviral é majoritariamente de suporte. Dessa forma, o oftalmologista orientará tratamento para promoção do conforto do paciente e prevenção de complicações, assim como de transmissão para outras pessoas. Usualmente, se utiliza lubrificantes oculares, colírios para prurido ocular, compressas frias e corticoide tópicos para casos selecionados. O paciente que apresenta infecção aguda de conjuntivite deverá afastar-se de suas atividades laborais até que o risco de contágio diminua.