Após denuncia de um grupo feita ao Badalo, o Secretário Municipal de Cultura, Renato Fernandes, se pronunciou sobre o caso. Segundo acusações de que este teria o intuito de expulsar integrantes que realizavam ações sociais em uma antiga escola de Juazeiro do Norte, o gestor da pasta vem a explicar o equívoco e informar sobre a visita feita ao prédio na última quinta-feira (23), que motivou a situação.
Conforme explica Renato em entrevista ao Badalo, houve uma visita marcada há alguns equipamentos do município nesta data, uma delas sendo a antiga Escola Estadual Virgílio Távora, que não mais funciona. O prédio, que pertence ao Governo do Estado, foi cedido à Prefeitura, e permanece sobre os cuidados da Secretaria de Educação.
“Visitamos o prédio, eu, a Secretária Executiva da Cultura, da Infraestrutura e mais dois engenheiros. Conforme nossa agenda, para analisar a estrutura e verificar a possibilidade de implantação de um equipamento cultural e nos deparamos apenas com uma instituição funcionando regularmente no local”, explica Renato.
A instituição em questão é a União de Estudantil da Juventude (UEJ), que emite carteirinhas estudantis, e que ocupa uma das salas. As demais, segundo o secretário, foram encontradas praticamente sem nenhum uso ou com quaisquer equipamentos instalados.
Segundo ele, durante a visita, um homem que se identificou como Antônio chegou no local bastante alterado e nervoso, afirmando que no espaço havia sido cedido pelo Estado a um grupo que realizava ações sociais no local. Dentre as justificativas, segundo relata Renato, o homem não apresentou nenhum documento que comprovasse a veracidade dos fatos.
“Ele afirmou que estávamos invadindo o local, que deveríamos enviar um ofício informando a visita, mas não apresentou nenhum documento sequer que comprovasse o funcionado deles ali. Portanto, não haveria necessidade de encaminhar ofício algum, já que o equipamento está sob administração do município”, completa o secretário. “Não há formalização jurídica prática das instituições que ali estão. Não há registro formal de ocupação do prédio por terceiros, portanto nada estava errado em fazermos a visita”.
Conforme foi anunciado através da assessoria municipal neste sábado (25), há a possibilidade de instalação do Museu da Xilogravura e do Cordel em parceria com a Universidade Regional do Cariri (URCA), onde o prédio passaria por revitalização para abrigar o local. O espaço se juntaria ao futuro Centro Cultural da RFFSA como novos equipamentos culturais de Juazeiro do Norte.
Ainda em análise, o prédio deve passar por estudos para que o equipamento possa ser implantado. Conforme garante o gestor da pasta, a primeira visita foi justamente para iniciarem os estudos estruturais e ver a possibilidade do projeto sair do papel no local.
“Não houve agressividade de nenhuma das partes, posso garantir. Mesmo com as acusações, não existe uma decisão definitiva de utilização do prédio. O que posso afirmar é que há a possibilidade de instalação do equipamento, e antes mesmo de efetuar as visitas o prefeito Arnon Bezerra me informou que, caso houvesse alguma associação ou instituição em funcionamento no local eles seriam, sem sombra de dúvidas, remanejados”, completa Renato.
O secretária informou ainda que o mesmo indivíduo, ainda alterado, foi de encontro a ele no prédio da estação de trem onde funcionará o Centro Cultural da RFFSA, que fica próximo ao local, para reafirmar a denúncia e posse do local, mesmo sem comprovações.
Como não foi possível o diálogo no momento devido aos ânimos alterados, o secretário deve tomar prosseguimento aos estudos em outro momento, mas garante que, caso haja de fato comprovação de funcionamento de algo no local com permissão do Estado, estará aberto ao diálogo pacífico para estudar possível remanejo.
