quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Saúde mental: a importância dos momentos de lazer

Sentimentos de falta de energia, sonolência e desânimo têm se tornado cada vez mais comuns, especialmente em rotinas aceleradas e exigentes, que demandam alta produtividade. Essa indisposição acaba levando o cérebro a buscar alívios imediatos. Nesse momento, muitas pessoas caem nas armadilhas das redes sociais, dos jogos de azar e das compras impulsivas.

É importante ressaltar que o cansaço também pode ser um sintoma de doenças mais graves, como a síndrome da fadiga crônica, disfunções na tireoide, distúrbios do sono ou esgotamento mental (burnout). Por isso, além da mudança de hábitos, é essencial contar com acompanhamento médico especializado para um diagnóstico mais detalhado.

No dia a dia, é comum que, ao chegar em casa após um dia exaustivo, apareça a tentação de “descansar” olhando para as telas. Rolar pelo feed ou passar horas assistindo a vídeos curtos pode até parecer relaxante, mas essas práticas contribuem para a sensação de fadiga. Usar esse momento para permanecer conectado às redes sociais costuma prejudicar a saúde mental.

Resgatar momentos de lazer, cultivar hobbies e ativar a criatividade são fundamentais. Além de promover o equilíbrio emocional, essas atividades proporcionam sensação de realização pessoal, reduzem o estresse e estimulam a criatividade. De acordo com a psicóloga Jéssyka Andrade, docente do curso de Psicologia do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte, a ausência de lazer faz com que a mente entre em modo de sobrevivência, causando mais irritação, ansiedade, vulnerabilidade e desconexão do corpo e das relações.

“Ter tempo para se divertir e estar com quem se gosta é uma forma de resistência em um mundo que tenta transformar cada minuto em desempenho. O lazer produz presença, criatividade, vínculos e sentido. Precisamos ressignificar o tempo livre como um espaço de resgate. Cuidado para não reduzir quem você é somente ao que produz”, destaca.

O psicanalista Freud, no início do século XX, já abordava a importância do descanso para a saúde mental. Para ele, brincar é uma necessidade fundamental no desenvolvimento infantil, pois ajuda na construção das competências e na compreensão do mundo. Dedicar alguns minutos do dia a atividades que remetam à infância pode ser um momento de conexão emocional e equilíbrio psicológico.

O ideal é buscar práticas capazes de gerar prazer genuíno, sem cobrança de desempenho. “Atividades envolvendo a natureza, o corpo e os sentidos, como dançar, cozinhar, praticar esportes, caminhar ao ar livre, fazer arte ou jardinagem, costumam ter efeitos positivos. Mas também há grande valor nas experiências simples: ouvir música, assistir a um filme, conversar com amigos e cuidar de si. O mais importante é o movimento de se permitir e descobrir o que funciona”, recomenda a especialista.

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