Na última quarta-feira (8), 20 policiais militares acusados de assassinar 14 pessoas no município cearense de Milagres, em dezembro de 2018, foram autorizados pela Justiça Estadual a retornarem normalmente à suas atividades de patrulhamento, com exceção na cidade onde aconteceu o trágico episódio.
RELEMBRE O CASO
A matança ocorreu em dezembro de 2018, quando uma quadrilha de 8 homens armados tentou assaltar duas agências bancárias localizadas no município de Milagres e terminaram fazendo 6 pessoas de reféns. Os PM’s que atenderam a ocorrência trocaram tiros com os criminosos e, segundo investigações judiciais, foram os responsáveis pelos disparos que tiraram as vidas tanto dos bandidos quanto dos inocentes.
A decisão que revogou as medidas cautelares impostas aos 20 policiais militares foi proferida pela Vara Única da Comarca de Milagres. De acordo com o Juiz Otávio Oliveira de Morais, os acusados foram reintegrados a suas funções por não apresentarem nenhum fato desabonador em suas fichas antes do caso em questão, “muito pelo contrário”, e também por considerar que o afastamento dos agentes prejudicava o serviço de segurança no estado.
Além de homicídio, os policiais militares são acusados de fraude processual, pois tentaram apagar as provas da ação. Em dezembro de 2020, o tenente-coronel suspeito de modificar a cena do crime pediu a suspensão dos efeitos do afastamento imposto pela Controladoria-Geral de Disciplina para voltar ao trabalho. Essa foi a última movimentação no processo, mas o Tribunal de Justiça do Ceará negou na época.