Neste Dia Internacional da Mulher, o Ceará tem pouco o que comemorar. O índice de violência contra as mulheres no Estado vem aumentando, acompanhando a escalada da criminalidade em geral. A principal consequência dessa violência é o assassinato. Só nos meses iniciais de 2018, nada menos que 116 mulheres foram assassinadas, contra 26 em igual período de 2017, o que representa um aumento na ordem de 346,1%.
Em janeiro, foram 56 assassinatos, fevereiro 42 e neste mês de março já foram registrados 18 casos. O maior número de casos de assassinatos ocorreu em Fortaleza, seguido de Caucaia. Um ponto que chama atenção é a idade das vítimas. Jovens a partir dos seus quatorze anos, sendo que a maioria das vítimas estão na faixa etária entre 20 e 50 anos.
No Cariri, os casos que chamaram atenção, foram os casos de Caririaçu, onde a vítima foi Maria Luzia Santana, de cinquenta e nove anos, e da Maria Aparecida dos Santos de cinquenta e três anos, do município de Jardim. Além do marido que matou a esposa no município de Aurora, no início do ano, e do mais recente caso, onde um pai matou a filha queimada, no município de Nova Olinda.
O Governo do Estado está investido em ações contra a criminalidade, mas um ponto principal é a implantação de delegacias especializadas no combate ao crime contra a mulher. Na Constituição Estadual, de 1989, em seu artigo 185, determina que todos os municípios com população igual ou superior a 60 mil habitantes tenham instalada uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Atualmente no estado, apenas 10 delegacias especializadas estão funcionando. As cidades contempladas são: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Pacatuba, Icó, Quixadá, Juazeiro do Norte, Crato, Sobral e Iguatu.