Com a proximidade dos festejos a Santo Antonio no município de Barbalha, o comércio informal no município cresce, tanto ao número de compradores quanto o de vendedores ambulantes que ocupam o centro da cidade. Muitos deles, que já trabalham no local há anos, reclamam do descaso da prefeitura e dizem estar sendo perseguidos.
Continuando a série de reportagens sobre os Centros Comerciais dos Municípios da região do Cariri, o Badalo agora destaca a aglomeração de ambulantes no mercado municipal de Barbalha, e os comerciantes e lojistas que dividem espaço com o comércio informal nas ruas.
Entrevistando alguns ambulantes, que não quiseram se identificar, eles dizem que a problemática é antiga, que a gestão anterior prometeu readequá-los e também esperam melhores condições de higiene, mas as promessas não foram cumpridas. Uma das feirantes, com seu comércio no local há mais de 15 anos, disse que são constantemente perseguidos. “A gente é perseguido pelos órgãos da prefeitura e também por alguns comerciantes, querem tirar a gente daqui, como já fizeram antes”, afirma.
A ambulantes também afirma que não existe mais nenhuma cooperativa atualmente os representando legalmente. “Já existiu uma associação que durou 6 anos, era uma amiga nossa ambulante que coordenava. A gente tinha advogado, ia pras reuniões e estávamos sempre envolvidos com as sessões da câmara, mas faz bem uns dez anos que não existe mais, acabou não dando certo”, concluiu.
Eles denunciam também que, desde que foram realocados da Rua 7 de setembro, onde se concentravam os ambulantes, para o atual mercado, havia promessas de melhorias, inclusive a construção de um novo pavilhão com boxes para alocar os permissionários. O atual pavilhão, que deveria inicialmente abrigar estes ambulantes, atualmente é ocupado exclusivamente por vendedores de hortaliças e frutas, sendo que estes também reclamam da falta de estrutura e principalmente das condições precárias dos banheiros.
A maior parte destes comerciantes informais temem que aconteça como houve há cerca de dois anos, quando foram realocados, para um terreno nas proximidades do mercado. Segundo eles, era um local de muito lixo e que não tinha nenhuma estrutura para expor sua mercadoria.
“Colocaram a gente nesse local aí por trás do mercado, depois da festa de Santo Antônio, e deixaram a gente três meses lá. Não tinha local pra gente guardar as coisas, não tinha banheiro, era tudo sujo e só tinha uma mangueira pra lavar o terreiro. Tivemos prejuízos porque sujava toda nossa mercadoria e a população também não sabia onde a gente estava na época”, reclamam.


Eles disseram ainda feita uma assembleia no fórum com o prefeito anterior, com todos os feirantes, e que foi assinado um documento determinando um prazo pra concluir um pátio que iria aloca-los, mas logo pós o fim da gestão nada foi feito, e novos ambulantes ocuparam as ruas do centro.
Comerciantes e lojistas
Para a visão dos comerciantes e lojistas entrevistados nas ruas do centro, eles não vêm como problema a atuação do comércio informal nas calçados e ao redor do mercado, mas citam que deve haver organização entre eles. “O produto que os ambulantes vendem, geralmente não tem a ver com o que a gente tem aqui. Se tivesse, realmente seriamos concorrentes, como são os mercantis e as lojas de confecção, mas acredito que há espaço para todos e não vejo problema eles atuarem aqui.” cita a gerente de uma loja de cosméticos, localizada em frente ao mercado.