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Mercado de cervejas artesanais cresce no Cariri e setor está confiante no futuro

18 de março de 2018 11:40
Mercado de cervejas artesanais cresce no Cariri e setor está confiante no futuro

O craft beer renaissance, movimento que defende o resgate das tradições da produção cervejeira, é o responsável pelo crescimento vertiginoso do número de microcervejarias no país. Em 2017, segundo registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil chegou a 610 cervejarias, 7% delas na região Nordeste. A produção de cervejas artesanais tem se popularizado inclusive em regiões com pouca tradição no mercado cervejeiro, como é o caso do Cariri cearense. Já é possível encontrar rótulos artesanais em alguns bares da região, inclusive os de fabricação local.

Mesmo enfrentando barreiras para competir com as grandes cervejarias, ao passo que a carga tributária de ambas é a mesma, e que o pequeno produtor, além de outras dificuldades, paga a mais na aquisição de matéria-prima em pouca quantidade, o que acaba elevando o preço final dos seus produtos e restringindo o seu mercado, a cultura da cervejaria artesanal resiste e luta para difundir o seu lema: Beba menos, beba melhor.

Cervejaria Delícia – Produção caseira com tecnologia

Cervejaria Delícia é o nome fictício que o médico Yuri Stuart usa para designar a cerveja que, atualmente, faz em casa por hobby. Foto: George Wilson.

O médico Yuri Stuart, 39 anos, conheceu o universo das cervejas artesanais por influência do irmão, o ano era 2015. Antes dessa data, para ele só existiam as cervejas comuns. O estranhamento inicial logo se transformou em paixão e, mesmo não dispondo de espaço e equipamentos para começar a fabricar sua própria cerveja, ele aprofundou os estudos sobre o assunto. Em 2016, depois de mudar para uma casa maior, Yuri encontrou o espaço adequado para iniciar as suas atividades como cervejeiro.

Hoje ele fabrica uma média de 20 litros por brassagem, foram 17 no total. Os tipos são variados: Lager, Pilsen, APA, IPA, Stout. Fabricar cerveja em casa é quase uma alquimia, requer três processos básicos: mostura, fervura e fermentação. Os dois primeiros geralmente ocorrem no mesmo dia. Já a fermentação dura de uma a algumas semanas. Atualmente Yuri investiu em equipamentos mais modernos, o que facilitou muito a fabricação de suas cervejas.

Esse equipamento eu mudei pra ele ano no passado (foto), já fiz umas quatro ou cinco cervejas nele, também é de inox. Você inicialmente coloca os grãos aqui dentro, ele tem uma bomba que puxa a água por fora, do lado, você coloca um filtro e ele começa a jogar água aqui por dentro (…) depois que você termina a primeira etapa, você ergue o cesto de grãos e apoia ele aqui em cima. Você pega a água que já foi aquecida na temperatura de lavagem, faz a lavagem dos grãos para extrair mais açúcares. Nessa lavagem você consegue extrair quase 40% dos açúcares que você vai levar pra fermentação (…) Depois você simplesmente descarta isso aqui (grãos) e segue pra fervura (…)

Normalmente eu deixo tudo pronto, lavado, geralmente eu limpo no dia anterior. Eu deixo os maltes já moídos, já faço a moagem prévia dos maltes, e ai no dia eu já coloco a água, já começo a aquecer, coloco os maltes e depois a máquina faz tudo sozinha. Ela fica fazendo a recirculação sozinha. Eu não preciso ficar ligando e desligando fogareiro, ela controla automaticamente a temperatura, e eu venho tomar meu café da manhã, vou fazer outras coisas. Se eu começar de 07 horas, mais ou menos 11 horas eu termino.

Pequena plantação de lúpulo. Cada um dos pés é de uma variedade distinta. Foto: George Wilson.

Mesmo tendo equipamentos modernos, o que mais chama atenção na “fábrica” da Cervejaria Delícia é a plantação de lúpulo. A planta típica do hemisfério norte tem uma adaptação difícil ao clima brasileiro, pois precisa de baixas temperaturas e de um tempo de exposição à luz variado. O lúpulo é o responsável pelo amargor, sabor, aroma e também atua na conservação do líquido.

Para quem deseja ingressar no universo cervejeiro, Yuri acrescenta que, atualmente, a internet dispõe de bastante informação e material para iniciar os estudos. Além dos insumos, os equipamentos básicos para iniciar a fabricação de cervejas artesanais consiste de duas ou três panelas, termômetro, densímetro, baldes para maturação, um fogão industrial de 2 bocas e uma geladeira para armazenar as cervejas.

Cervejaria Kurato – Cerveja artesanal com apelo regional 

Cássio Diniz, 36 anos, e Paulo Henrique, 33, fundadores da cervejaria Kurato. Foto: George Wilson.

A cervejaria Kurato carrega a história e a cultura do Cariri desde o seu nome, inspirado na história da cidade do Crato, até as belas ilustrações com apelo regional dos seus rótulos. Fundada pelos amigos Cássio Diniz, 36 anos, e Paulo Henrique, 33, inicialmente, começou sua produção com modestos 20 litros por brassagem apenas para consumo dos amigos ou para troca de rótulos, prática comum no mundo cervejeiro.

A gente começou a fazer isso aqui por paixão mesmo (…) quando a gente começou a pensar em produzir, eu já estudava em casa e Cássio também apreciava as cervejas especiais. A gente foi atrás, comprou os equipamentos pra produzir e passou quase um ano guardados, com medo de produzir (…) pegou um espaço pequeno lá em casa, e começou a produzir. Paulo Henrique

Há aproximadamente um ano, a Kurato levou suas cervejas para a Feira Cariri Criativo. A partir dai, elas começaram a cair nas graças do público e a cervejaria ganhou outras proporções. Atualmente são produzidos em média 100 litros por brassagem e cinco estilos de cerveja. Além da feira, a Kurato também vende seus produtos através das suas redes sociais e em alguns estabelecimentos locais.

Dificuldades

Apesar da boa aceitação do público, eles dizem enfrentar dificuldades para produzir a cerveja. Os insumos necessários à fabricação ainda não são encontrados na região, o que leva os produtores a adquirir tudo de fora, principalmente através de e-commerce.

“Na nossa região ainda não tem, então o jeito é recorrer para esses mercados, o que é ruim porque o preço do produto acaba elevando muito por conta do frete. Em Fortaleza e Recife tem, mas eles ainda não conseguem ter um preço tão convidativo quanto no Sul e Sudeste. A única coisa que nós usamos daqui para nossa cerveja é a água, que é de excelente qualidade, mas o restante vem tudo de fora, é uma das maiores dificuldade da gente.” Desabafa, Paulo Henrique.

Da esq. para dir. – Mula Preta (Oatmeal Stout R$10,00); Maaradactylus (American Kolsch R$6,80); Cabaçal (APA R$8,00); Noza (Weiss R$15,00). Todas podem ser adquiridas no @kuratocervejaria Foto: George Wilson.

“Tem as cervejas que são mais caras. Por exemplo, a carga de lúpulo de uma APA ou de uma IPA é muito elevada (…) a edição especial da nossa Mula Preta usa cumaru (planta típica da região amazônica) e nibs de cacau (feitos a partir dos grãos tostados, descascados e quebrados em pedaços menores), dois ingredientes que encarecem o valor da cerveja.” Acrescenta, Cássio.

Mesmo diante das dificuldades, os amigos fazem planos de expansão para a cervejaria. O próximo é registrar a Kurato no MAPA, caminho necessário para que tudo funcione conforme a lei e a cerveja possa ser comercializada em mais pontos da região.

O passo de todo pequeno é ser grande. Se você for atrás dessas cervejarias maiores, elas começam pequenas. Todo cervejeiro, o sonho dele é se regularizar. Infelizmente a gente sabe que hoje no Brasil é muito complicado de se registrar uma cervejaria, é muita burocracia e muito imposto. Paulo Henrique

As expectativas de Cássio e Paulo Henrique quanto ao mercado de cervejas artesanais no Cariri são positivas. “A gente criou um grupo aqui, chama-se PROCERVA Cariri, que já é uma iniciativa de uma associação de cervejeiros artesanais aqui na região. Eu acredito que aqui nos próximos sete meses vai se tornar um grande polo.” Destaca confiante, Cássio.

Cervejeiros Cariri – Do grupo de amigos à feira gastronômica

Alessandro Oliveira, 41 anos, um dos sócios do grupo Cervejeiros Cariri. Foto: George Wilson.

Em setembro de 2017 os amigos Alessandro Oliveira, 41 anos, e  Elce Ribeiro, 43, criaram um grupo de WhatsApp para integrar os apreciadores locais de cervejas artesanais, nascia o grupo Cervejeiros Cariri que em poucos meses atingiu o número de 150 participantes. O rápido crescimento levou os amigos a criarem também um perfil nas redes sociais para ampliar o alcance das atividades do grupo, divulgar e fomentar a cultura cervejeira na região.

“Na verdade, já existia muita gente que gostava, mas faltava alguém para conectar. A ideia foi legal, foi tão boa que rapidinho a gente teve uma ampliação muito grande da quantidade de pessoas no grupo, o Instagram também cresceu muito rápido. No Instagram a gente começou a fazer postagens educativas com relação aos estilos de cerveja, as escolas cervejeiras (…)” revela, Alessandro.

Além de fomentar a cultura cervejeira, o grupo promove encontros físicos e até virtuais para compartilhar experiências.

A gente combina qual o estilo, aí naquele dia todo mundo vai e escolhe a cerveja naquele estilo, abre, tira as fotos, posta a experiência, fala o que achou da cerveja e a gente vai trocando informação.

Além das cervejas especiais, os Cervejeiros Cariris dispõem de material personalizado. Tudo pode ser adquirido pelo @cervejeiroscariri  Foto: George Wilson.

A aceitação do grupo e a falta de opções de rótulos na região, seja nos bares ou supermercados, fez os amigos enxergarem uma lacuna no mercado e uma oportunidade para empreender. A partir dai, o grupo Cervejeiros Cariri passou também a comercializar as cervejas artesanais nas redes sociais e, posteriormente, na feira gastronômica O Rancho. A maioria dos rótulos são de cervejarias pernambucanas, a recifense Debron é o carro chefe atualmente.

Na feira, o público pode adquirir cerca de 25 estilos de cervejas, além de produtos que levam a marca dos Cervejeiros Cariri. E para quem ainda acha que as cervejas artesanais são caras, Alexandro justifica que o custo-benefício vale a pena, e o preço mais elevado deve-se  a qualidade da matéria prima e ao cuidadoso processo de fabricação das cervejas artesanais.

Eu não tenho dúvida de que o mercado de cervejas veio para ficar, pois o gosto das pessoas está mudando. (…) Isso aqui é uma tendência, é um caminho sem volta e que só vai pra frente. Se você experimentar uma cerveja dessa aqui, você não quer tomar outra.

 

 

Panela automatizada reduz o tempo de produção da cerveja. Foto: George Wilson.
Foto: George Wilson.
Insumos utilizados na fabricação das cervejas artesanais. Foto: George Wilson.
Yuri Stuart e sua plantação de lúpulo, Crato, 2018. Foto: George Wilson.
Lúpulo comumente utilizado no processo de fabricação de cervejas. Foto: George Wilson.
Degustação na Cervejaria Delícia. Foto: George Wilson.
Cervejas Kurato. Foto: George Wilson.
No stand dos Cervejeiros Cariri é possível tirar dúvidas sobre cervejas antes de escolher. Foto: George Wilson.
Além da variedade de rótulos, também podem ser adquiridos produtos com a marca do grupo. Foto: George Wilson.

 

 

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