O Ministério das Relações Exteriores do Brasil tomou conhecimento das queixas da mãe e amigos do estudante cearense detido na Rússia, sobre a falta de informações mais concretas referentes à situação do rapaz no exterior, e orientou a família a apresentar eventuais reclamações às autoridades consulares em Brasília ou em São Petersburgo, segunda maior cidade do país-sede da Copa do Mundo.
Leonardo Pestana Dantas, de 27 anos, formado em Engenharia Ambiental, está internado em uma unidade psiquiátrica desde o último dia 16, após ser impedido, no aeroporto, de embarcar de volta ao Ceará, segundo sua mãe, Fátima Pestana, moradora de Fortaleza. Ele está no exterior desde março, quando começou a estudar a língua russa e acabou se envolvendo em uma briga no curso de idioma, que virou caso de polícia.
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou, neste domingo (24), que o caso de Leonardo continua sendo acompanhado pelas autoridades brasileiras e que cabe apenas à família divulgar à imprensa detalhes. A justificativa do Itamaraty é que a privacidade do cidadão brasileiro tem de ser preservada no caso de problemas no exterior, como uma detenção.
Amigos de Leonardo informaram a imprensa, no sábado (23), que as informações fornecidas pelas autoridades sobre a situação de saúde de Leonardo e seu paradeiro na cidade russa são “vagas”. Sobre isso, a assessoria do Ministério esclareceu que a família pode entrar em contato novamente com o Consulado temporário do Brasil em São Petersburgo – que está acompanhado o caso- ou com a Divisão de Assistência Consular do Itamaraty em Brasília”.
O último contato de Leonardo com a mãe foi por meio de mensagem de áudio na última segunda (18). Ela percebeu que o cearense estava com a voz alterada, como se sob efeito de medicação.


A preocupação da família e dos amigos do cearense é concreta. Na última sexta (21), a Rússia teve sua candidatura rejeitada a uma vaga de membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
São Petersburgo é famosa por abrigar um dos hospitais psiquiátricos do país controlados pelo Estado com suspeitas de adoção de tratamentos considerados ultrapassados pelo Ocidente, aplicados principalmente contra minorias e críticos do governo.