O vice-presidente Hamilton Mourão comentou, nesta quinta-feira, 14, sobre a compra pelas Forças Armadas de 35 mil comprimidos de Viagra, medicamento usado para tratar disfunção erétil. Nos processos de compra, a identificação do medicamento é feita pelo nome do princípio ativo Sildenafila.
Em entrevista ao Valor Econômico, Mourão avaliou que a polêmica em torno da aquisição é tratada como “coisa de tablóide sensacionalista”. Ele saiu em defesa das compras e afirmou que boa parte da verba usada sai de um fundo alimentado por descontos nos salários dos militares. Ainda sobre o caso, ele brinca: “Então, tem o velhinho aqui [aponta para si próprio]. Eu não posso usar o meu Viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada.”
O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, tentou explicar a líderes evangélicos a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para as Forças Armadas. “Compram para combater hipertensão arterial e também doenças reumatológicas”, disse o presidente em um café da manhã no Palácio da Alvorada. “Com todo o respeito, não é nada. Quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usada pelos inativos e pensionistas”, minimizou.
Nos processos de compra, a identificação do medicamento é feita pelo nome do princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (Viagra), nas dosagens de 25 mg e 50 mg. A maior remessa, de 28.320 comprimidos, é destinada à Marinha. Outros cinco 5 mil comprimidos foram encaminhados para o Exército e mais 2 mil para a Aeronáutica.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) diz ter identificado, no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal, oito pregões homologados em 2020 e 2021 para a compra do medicamento em questão. O líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré (MA), já começou a recolher assinaturas para instalar o que chamou de “CPI do Viagra”.