segunda-feira, 07 de julho de 2025

Expocrato 2025 promete novo recorde de público e reacende debate sobre conexões reais em tempos digitais

A expectativa da Expocrato 2025 é de um novo recorde de público. A programação diversa e gratuita, além de movimentar a economia regional, reforça o evento como o maior do Norte e Nordeste. A edição de 2024 foi histórica, consolidando-se como a maior de todos os tempos: mais de 70 bandas, 100 horas de música e um público que lotou o Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti, aproveitando 90% da estrutura gratuita.

Em 2025, a promessa é ainda maior. Melhorias estruturais, novidades no setor agropecuário, requalificação dos palcos e novos espaços de convivência pretendem tornar a experiência ainda mais completa, segura e inclusiva.

Neste cenário, surge uma pergunta: como estão as interações sociais presenciais? De acordo com uma pesquisa da Millward Brown, três em cada quatro solteiros brasileiros afirmam querer namorar e 65% já usaram ou ainda usam sites e aplicativos de relacionamento para encontrar o par ideal.

Mas quando se trata de contato ao vivo, a realidade surpreende. No artigo “Risk Aversion and Dating”, publicado pelo site DatePsychology, um dado chama atenção: 45% dos homens de 18 a 25 anos nunca abordaram pessoalmente uma mulher para convidá-la a sair. O estudo aponta o medo da rejeição e das consequências sociais como principais motivos.

Para a psicóloga clínica Mônica Araújo (CRP 11-2282), especialista em Terapia do Esquema com foco em relacionamentos e terapia de casal, esse comportamento pode estar ligado a fatores emocionais mais profundos: “As pessoas parecem gastar toda a energia na construção de uma imagem ou de uma performance, mas, na hora da conquista, da conversa, da troca real, não têm mais disposição ou nem sabem como fazer isso. Isso está muito ligado às necessidades emocionais básicas — como autonomia, competência e aceitação. Muitas vezes, as pessoas evitam a frustração ou não querem mais construir vínculos, querem tudo pronto. É como se houvesse uma pressa por resultados sem o processo da conexão humana”, explica.

A psicóloga chama atenção para a modificação de perspectiva destes espaços, como festas e eventos. Mônica diz que estes lugares estavam colocados como espaços de busca por um amor e, hoje, o cenário é diferente. “Hoje, essa dinâmica diminuiu: as pessoas preferem se conectar em cafeterias, supermercados ou corridas de rua, buscando novas formas de aproximação. Então fica a pergunta: por que a via mais simples — a aproximação direta, o diálogo — deixou de ser validada como antes? De onde vem esse medo?”, reflete.

Outros Posts