sexta-feira, 09 de maio de 2025

Especialista fala sobre causas, sintomas e medidas para reduzir riscos do câncer de ovário

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) o câncer de ovário é a terceira neoplasia ginecológica mais comum, ficando atrás do câncer do colo do útero e do endométrio. Cerca de 95% das neoplasias ovarianas são derivadas das células epiteliais, que são aquelas que cobrem a superfície externa do ovário.

Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) localizado em Limoeiro do Norte, realiza tratamento oncológico e, atualmente, trata 937 pacientes com diagnóstico de câncer. Desse total, 34 são de ovário, o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum na unidade, ficando atrás somente do de útero. No equipamento, o câncer de ovário está na quarta posição em incidência, atrás do de mama, de colo do útero, de pele não melanoma e de tireoide.

Nesta quinta-feira (8), Dia Mundial do Câncer de Ovário, conversamos com o médico oncologista do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), Bruno Águila, sobre o assunto.

Confira a entrevista:

Quais os sintomas e causas do câncer de ovário?

Bruno Águila: O câncer de ovário pode apresentar sintomas vagos e inespecíficos, como inchaço abdominal, sensação de peso na barriga, dor pélvica, vontade frequente de urinar, alterações intestinais (prisão de ventre ou diarreia) e sangramentos vaginais anormais. Em estágios iniciais, ele pode não causar sintomas. As causas exatas não são totalmente conhecidas, mas fatores como idade avançada, histórico familiar de câncer de ovário ou de mama, mutações genéticas (como BRCA1 e BRCA2), e ausência de gestações aumentam o risco.

Existe uma idade com maior prevalência da doença?

B.A: A maioria dos casos ocorre após a menopausa, com pico de incidência entre 50 e 70 anos. No entanto, alguns tipos raros também podem acometer mulheres mais jovens.

Como é feito o rastreamento do câncer de ovário?

B.A: Não existe um exame específico recomendado para rastreamento de mulheres sem sintomas. Por isso é importante fazer acompanhamento ginecológico de rotina. Em casos suspeitos, os exames mais utilizados são a ultrassonografia transvaginal, a dosagem do marcador tumoral CA-125 no sangue e, em alguns casos, a ressonância magnética ou tomografia. A confirmação do diagnóstico é feita por biópsia durante cirurgia.

É possível evitar esse tipo de câncer?

B.A: Não há uma forma garantida de prevenção, mas algumas medidas podem reduzir o risco: uso de contraceptivos orais por tempo prolongado, gestações, amamentação, e, em casos de alto risco genético, cirurgias preventivas. Manter uma vida saudável, com alimentação equilibrada e acompanhamento ginecológico regular, também é essencial para detectar alterações precocemente.

Outros Posts