Trans, travestis, queer, gênero fluido, diferenças entre gênero e sexo. Essas nomeclaturas podem ser conhecidas aos ouvidos, mas seus significados ainda não estão no entendimento de todas as pessoas. Se você ainda tem dúvidas sobre os significados e como se referir à comunidade LGBTQI+, continue lendo esta matéria.
Quando se levanta essa discussão, existe uma confusão muito grande entre identidade de gênero, sexo e orientação sexual. A primeira denominação diz respeito ao que a como a pessoa se identifica: homem, mulher ou sem gênero (no caso de quem não se identifica com os outros dois). Quando nos referimos ao sexo, falamos do biológico: masculino, feminino e intersexo.
Já a orientação sexual é em referência às pessoas por quem o indivíduo se sente atraído, se gosta do mesmo gênero (homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres), se gosta do outro gênero (homens que gostam de mulheres e vice-versa) e bissexuais (que gostam de ambos os gêneros). Homossexualismo é um termo que não se usa mais.
Parece complicado, pois tende-se a pensar nessas classificações de forma emparelhada, como se uma dependesse da outra, e não dependem. A tendência é pensar que a nomenclatura vem com o sexo biológico: “nasceu com o órgão sexual feminino então é mulher, se é mulher então gosta de homens, se não gosta de homens é homossexual”. Sair dessa referência instantânea é uma das reivindicações da comunidade LGBT.
Pode-se nascer com o sexo feminino e identificar-se como homens. Esses são os homens trans. Quando se nasce com o sexo masculino e identifica-se com o gênero feminino temos as mulheres trans. Agora fica mais simples a explicação, pessoas trans são as que identificam-se de forma diferente a que nasceram, pessoas cis são aquelas que têm o sexo referente ao gênero que apresentam (órgão sexual feminino e gênero feminino ou órgão sexual masculino e gênero masculino). É importante ressaltar que a transexualidade não é mais considerada uma doença.
Assim, uma mulher trans pode ser homossexual (lésbica), por exemplo. Para debulhar a composição dessa pessoa temos: sexo biológico como o masculino, identificação de gênero como mulher, orientação sexual como homossexual. Como já dito anteriormente, essas denominações não dependem uma da outra, com isso também podem existir homens trans gays, travestis bissexuais, pessoas cis assexuais (explicado mais a frente) etc, as combinações são várias.
A partir dessa contextualização vem a divisão dos banheiros. Se os banheiros são de homens e mulheres então não se dividem por orientação sexual, mas por identificação de gênero, não ficando possível sugerir um banheiro para gays e banheiro para héteros.
Existem ainda as identidades não-binárias, que não se sentem confortáveis em uma divisão entre gênero masculino e gênero feminino. Temos como exemplo Triz, pessoa não-binária que difunde suas ideias através da música.
Nas orientações sexuais ainda temos as denominações assexual como sendo alguém que não tem desejo puramente sexual e pansexual como aquele que tem atração por todos os tipos de pessoas.
O termo travesti também é ligado à pessoas que nascem com órgãos sexuais masculinos e geralmente identificam-se na sociedade como mulheres. Porém o termo é fluido, e para diferenciar travestis de trans parte-se da identificação pessoal de cada pessoa. É agressivo para uma travesti ser chamada pelo nome de registro e ser tratada o tempo todo no masculino. Causa constrangimento e tristeza.
Queer é um termo inglês usado inicialmente como ofensa, significando “estranho”. Posteriormente foi apropriada pelas pessoas que não seguem o modelo de heterossexualidade ou do binarismo de gênero.
Drag Quenns são homens que se travestem, ou montam-se, na linguagem comum, de mulheres, com fins artísticos. “RuPaul’s Drag Race” é o exemplo mais conhecido de reality show dos Estados Unidos que retrata competições entre Drags.
Intersexo é o termo utilizado para designar pessoas com órgão sexuais ou reprodutivos que não se encaixam em sua totalidade nas definições de “sexo masculino” ou “sexo feminino”.
Alguns artistas que integram a comunidade LGBTQI+ e levantam tal bandeira são Pabllo Vittar, Liniker, Gloria Groove, Aretuza Lovi, Jhonny Hoockey, Linn da Quebrada, Lia Clark, Kaya Conky, Triz, Jaloo, Rico Dalasam, Mc Xuxu, Mc Tansnita e As Baianas e a Cozinha Mineira.