Um artigo do físico Carlos Henrique de Brito Cruz nesta Folha revelou a medíocre evolução do ensino superior no país, na última década, ao coligir informações sobre o número de formandos nas faculdades e universidades brasileiras. Segundo dados oficiais do Ministério da Educação reunidos pelo diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), houve queda expressiva na ampliação dos cursos superiores nos últimos anos, quando se considera o total de alunos que, de fato, obtiveram diplomas. Isso consequentemente afeta a contratação de pessoas capacitadas nas empresas. A seguir, alguns fatores principais que expõem essa dificuldade:
- Segundo pesquisas em 2013, a escassez de profissionais capacitados foi apontada como o principal problema por 83,23% das empresas, isso porque, os profissionais muitas vezes recebem o diploma, mas não conhecimento;
- Os profissionais chegam ao mercado com dificuldades básicas como fazer contas ou interpretar textos. Esse quadro gera outro problema para as companhias, que precisam investir cada vez mais em treinamento e capacitação, elevando seus custos e consequentemente reduzindo a sua competitividade;
- Atualmente os candidatos simplesmente não mostram aptidão para funções nas empresas, e mesmo não aptos, não buscam melhorias e crescimento nas áreas para enriquecer seu currículo.
Em uma análise geral, a deficiência na formação básica foi aproxima 58,08%. Metade das empresas atualmente, afirmam que precisam treinar entre 41% e 80% dos funcionários recém-contratados. A produção/chão de fábrica vem sendo a mais difícil de encontrar profissionais capacitados, com 52% na edição de 2010 e 47,3% em 2013. A pesquisa também mostrou que as funções técnica e operacional são as posições de qualificação mais precárias, segundo 45,06% (em 2010) e 50,62% (em 2013) das empresas consultadas.