Mais de 25 metros. Essa é a dimensão do Pau da Bandeira da Festa de Santo Antônio de 2018, em Barbalha. A expectativa é que uma “Rama Branca” do Sítio São Joaquim, deva servir de mastro para hastear a bandeira que indica a abertura oficial dos festejos na Igreja Matriz, que leva o nome do Santo padroeiro da cidade. Só que, mais que servir de mastro, o “Pau de Santo Antônio” alimenta a esperança da conquista de um casamento para quem realizar algum dos rituais envolvendo o mastro.
Um dote pago por Santo Antônio, para que uma moça pudesse casar-se com o seu amor, foi a principal razão de lhe atribuírem a reputação de casamenteiro. Seguindo essa crença popular, durante a festividade, as mulheres, que estão em busca do matrimônio, sobem, abraçam, sentam no mastro da bandeira de Santo Antonio, como também, bebem o chá da casca do pau, que já se tornou o principal elemento folclórico da festa.
Mais de 200 homens são necessários para carregar o mastro. A árvore é retirada 15 dias antes da data marcada para a festa e preparada para o cortejo com trajeto de aproximadamente cinco quilômetros. No dia da abertura do evento, por volta do meio dia, os carregadores buscam o pau na “cama”, local onde a madeira descansa para secar e perder peso, e levam até o ponto de hasteamento, em frente à Igreja Matriz de Barbalha.
O pároco da Matriz de Santo Antônio de Barbalha, padre Antônio José, conta que
historicamente as bandeiras eram usadas para suprir a carência de tecnologia e informação.
“Quando ocorriam guerras estavam hasteadas bandeiras vermelhas. Quando a guerra
acabava, hasteava-se a bandeira branca, indicando a paz. Nas festas religiosas, a bandeira é o anuncio para as comunidades distantes que aquela paróquia está em festa, o que acabava sendo um convite à população. E o mastro sempre foi protagonista nessa história, visto que, quanto mais alto, mais distante era possível levar aquela informação”, destaca.
A festa do pau foi instituída no final do século XIX em Barbalha pelo padre Zé Correia e passou a ser realizada anualmente pelo padre Pedro Ribeiro, em 1928. Desde então, a festa vem crescendo e já é considerada a maior Festa de Santo Antônio do mundo.