De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta terça-feira (21), dos 10 estados brasileiros onde a gasolina é mais cara, 5 pertencem a região Nordeste.
O maior valor encontrado no país foi no Rio de Janeiro (R$ 8,99). Em seguida, respectivamente, Bahia e São Paulo (R$ 8,59). Embora os dois estados cobrem o mesmo preço pelo combustível, o desempate se deu porque em algumas cidades paulistas ainda é possível encontrar gasolina a R$ 6,17, enquanto que em território baiano o preço mínimo é de R$ 7,29. Em 4º lugar, aparece o Ceará (R$ 8,30).
Na 5ª colocação figura o Paraná e na 6ª o Piauí, ambos tabelando nas capitais R$ 7,29 ao litro e tendo o preço mínimo em alguns municípios do interior como critério de desempate. Completando a lista: Minas Gerais (R$ 8,23), Pará (R$ 8,15), Alagoas (R$ 8,09) e Pernambuco (R$ 8,07).
Até o presente momento de 2022, o preço da gasolina subiu 9,14% nos postos, enquanto que o diesel aumentou 35,97%. Já o etanol acumula queda de 8,01%, segundo os dados da ANP. Vale lembrar que o valor final dos preços dos combustíveis nas bombas depende não só dos valores cobrados nas refinarias, mas também de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores.
Petrobras sob pressão
Preocupado com a alta dos combustíveis em ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro tem pressionado a Petrobras a não repassar a alta internacional dos preços do petróleo para as bombas. Nessa segunda-feira (20), José Mauro Coelho pediu demissão da presidência da estatal em meio a crescentes pressões do governo.
Desde 2016, a estatal passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio. Neste ano, porém, a Petrobras passou a represar os reajustes, evitando repassar automaticamente as variações do mercado internacional e do câmbio.
O diesel não era reajustado nas refinarias da Petrobras desde 10 de maio – há 39 dias. Já a última alta no preço da gasolina havia sido em 11 de março – há 99 dias. Foi o maior intervalo sem reajustes na gasolina em ao menos mais de 2 anos e meio.
Em um levantamento feito pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustível (Abicom), mesmo com o reajuste da Petrobras, o preço da gasolina nas refinarias no mercado doméstico ainda está com uma defasagem de 5% em relação à paridade de importação, e o diesel, de 8%.