segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

Condutor socorrista de ambulância: trabalho exige agilidade, responsabilidade e autocontrole

O Dia Nacional do Condutor de Ambulância/Socorrista é comemorado em 10 de outubro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) Ceará, gerido pela Fundação Regional de Saúde (Funsaúde) e vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), possui, atualmente, 615 condutores, dos quais 609 são homens e seis, mulheres. Os profissionais são responsáveis por transportar a equipe de socorro até uma ocorrência e por auxiliar durante a assistência, além de conduzir a ambulância nos casos em que a vítima necessite de um atendimento hospitalar. É um trabalho que exige agilidade, autocontrole, comprometimento e responsabilidade.

Para ser socorrista do Samu 192, é necessário possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na “categoria D” e pelo menos seis meses de experiência na função. Além de dirigir o veículo, o trabalhador pode ser encarregado de ações básicas no suporte à vida, como reanimação cardiorrespiratória e imobilização. Daí ser necessário curso de Direção Defensiva e de Atendimento Pré-Hospitalar (APH).

Marcos Orlando Gonçalves, de 44 anos, é condutor socorrista de ambulância da Base do Samu 192 Ceará em Russas, no interior cearense. Desde 2014, ele integra a equipe e ajuda a salvar vidas de cearenses. “Minha inspiração pelo APH e estar onde estou hoje, aqui, foi do desejo de servir alguém da melhor forma possível, me preocupando não só com a segurança da viagem, mas com a pessoa que estava transportando”, afirmou.

De acordo com Gonçalves, não há rotina, o que torna o ofício mais desafiador. “Os incidentes não têm dia, não têm hora nem local”, ressalta. “Precisamos estar preparados física e mentalmente para dar o nosso melhor – muitas vezes, nas piores condições que encontramos o paciente”, continuou.

De ambulância ou… a cavalo!

No último dia 14 de julho, o condutor Gilberto Camelo atendeu a um chamado da Central de Regulação de Urgências (CRU) de Sobral para ir à zona rural de Crateús, na localidade de São Francisco, a cerca de 17 km do centro urbano. A ocorrência envolvia o desaparecimento de um jovem. Ao chegar numa fazenda da região, Camelo, de 31 anos, que há três atua no Serviço, recebeu informações de que a pessoa já estava sem vida e que não havia acesso para veículos até a área. “Por causa da distância, tive a ideia de pedir pra ir a cavalo, visto que precisávamos concluir o atendimento e saber se, realmente, a pessoa tinha ido a óbito ou se estava com os sinais vitais”.

O que não foi confirmado. A técnica em Enfermagem Carla Vanessa, que acompanhava Camelo, constatou a morte do rapaz ao chegar ao local. A equipe, então, acionou a Polícia Militar e a Perícia Forense do Ceará (Pefoce). “Já fiz várias e várias ocorrências, mas cada uma diferente da outra. Nunca tinha vivenciado nem imaginava que poderia acontecer essa situação”, lembra o condutor. “O mais importante é que visto a farda do Samu 192 com orgulho e amor. Vou estar sempre preparado para as situações do dia a dia”, assegura.

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