Filha de uma lavadeira e de um vendedor de roupas, Gabrielle ficou órfã da mãe e foi abandonada em um orfanato, junto com mais quatro irmãos.


Ao completar 18 anos, Gabrielle mudou-se para um pensionato feminino católico em Moulins e, aos 20, começou a trabalhar como costureira. Gabrielle ganhou o apelido de Coco, possivelmente a partir de uma canção, “Qui qu’a vu Coco dans l’Trocadéro”, a qual interpretou na sua breve carreira de cantora de cabaré.
Por volta de 1910, com a ajuda do milionário inglês Arthur Capel, seu companheiro na época, Coco conseguiu abrir sua primeira loja, a “Chanel Modes”, uma chapelaria. As primeiras criações de Chanel já mostravam-se diferentes. Seu estilo era simples, o oposto do exagero estético comum no guarda-roupa feminino da época. Por esse motivo, ela logo conquistou o público e sua chapelaria passou a confeccionar outros artigos de moda.
A revolução no vestuário feminino
Foi a ousadia de Chanel que a tornou uma estilista com fama mundial. Mas engana-se quem acha que essa foi uma tarefa fácil. A estilista foi duramente criticada, suas criações eram consideradas inadequadas para muitas pessoas, já que eram claramente inspiradas no guarda-roupa masculino.


Na década de 20, já no auge do seu sucesso, Chanel libertou as mulheres do desconfortável espartilho e da cintura marcada. Diminuiu o comprimento dos trajes e revelou os tornozelos femininos. Introduziu o uso de calças para as mulheres, anteriormente restritas aos homens.
Também foi Chanel que tornou moda a pele bronzeada. Anteriormente, ter a pele bronzeada era considerado feio, pois era a pele das classes mais baixas, que precisavam trabalhar debaixo de sol. Os cabelos curtos viraram sua marca pessoal (o famoso corte “chanel”).
Chanel popularizou o uso das bijuterias, uma afronta naquela época. Utilizou tecidos menos nobres nas suas criações, trouxe o preto, antes restrito a empregados, para a alta-costura, e se hoje amamos o “pretinho básico”, devemos agradecer a ela.
Empreendedora e visionária, criou em 1922 o famoso perfume Chanel n° 5, que alavancou seus negócios e se tornou legendário. Até hoje é o perfume mais vendido em todo o mundo. Bolsas a tiracolo com corrente dourada? Surgiram com a ideia de liberar as mulheres de carregarem as bolsas com as mãos.


Chanel não foi a única estilista que lutou pela libertação do traje feminino. Paul Pouret (alguns pesquisadores atribuem a ele a libertação feminina do espartilho), Madeleine Vionnet (drapeados e o corte enviesado), também tiveram um papel importantíssimo nesse assunto.
Por todas essas contribuições para a moda, pela sua personalidade forte, seu perfeccionismo no trabalho, sua determinação, seus romances, seu polêmico envolvimento com o exército nazista, por tudo isso, Coco Chanel entrou para a história.
Sua Maison, atualmente dirigida pelo estilista alemão Karl Lagerfeld, até hoje inspira inúmeros criadores e é admirada por milhões de fãs de toda parte do mundo, que atribuem ao nome Chanel um sinônimo de sofisticação e elegância.
Nota: Se você quiser conhecer um pouco mais sobre a estilista, assista aos filmes Coco Chanel & Igor Stravinsky (Jan Kounen) e Coco Antes de Chanel (Anne Fontaine).