quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

Cegás, Cagece e UFC têm aprovado pelo BNB projeto de pesquisa para produção de gás natural renovável no Ceará

Um projeto de pesquisa que tem como objetivo viabilizar a produção e aumentar a disponibilidade de gás natural no estado, de autoria da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), juntamente com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), foi aprovado em edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (FUNDECI) do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

O projeto ficou com a maior nota no Ceará e a terceira maior no Brasil, com 81,25, concorrendo com 57 propostas de projetos de pesquisa. A aprovação no edital do FUNDECI garantirá o aporte de R$ 1 milhão do BNB para o desenvolvimento da pesquisa, somando a outros aportes na ordem de R$ 300 mil da Cegás e R$ 300 mil da Cagece.

“Essa é uma parceria que todos nós ganhamos, empresas, universidade e, sobretudo, a sociedade. Isso é bom tanto para a universidade quanto para a indústria. É através dessa relação que se desenvolve profissionais mais habilitados para o mercado, além do desenvolvimento de novas tecnologias. E a Cegás, assim como a Cagece, tem o olhar cuidadoso nesse sentido”, afirma Gustav Costa, diretor técnico e comercial da Cegás.

De acordo ele, para aumentar a disponibilidade de gás natural no Ceará, serão aproveitadas as emissões de CO2 (dióxido de carbono) provenientes dos biodigestores dos aterros sanitários e fazê-lo reagir com hidrogênio verde para a produção de um metano sintético, que seria, em seguida injetado na rede de gás natural da Cegás. O hidrogênio verde que reagiria com o CO2 capturado, seria gerado a partir do tratamento do chorume dos próprios aterros sanitários.

Outra oportunidade de produção de gás natural seria aproveitar o potencial das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Cagece, que durante o tratamento de efluentes já produzem CO2, que passaria a ser capturado para reagir também com hidrogênio verde que seria produzido, desta vez, a partir de água de reúso das próprias ETEs da companhia. “Este é um projeto que está incluído no programa de inovabilidade energética da Cagece e que vai contribuir também para a descarbonização de nossas atividades”, explica Thiago Dantas, engenheiro químico da Cagece.

Aumentar a disponibilidade de mais gás natural seria para atender uma demanda do energético em cidades do interior do Ceará. “Nós temos hoje um mapeamento de uma demanda para interiorizar o gás natural em regiões isoladas da nossa rede. Essa iniciativa aumentará a disponibilidade do energético para a sociedade e ainda de maneira renovável, já que ele não será um gás de origem fóssil”, conclui Gustavo Sousa.

Para William Magalhães Barcellos, coordenador do Laboratório de Combustão, Energias Renováveis e Hidrogênio (LACERH) do Departamento de Engenharia Mecânica da UFC, o projeto é motivo de orgulho e é fruto de uma relação promissora e cooperativa. “O nosso laboratório vai se tornar um centro de excelência nessa área, construindo um protótipo. A efeito de análise internacional, trata-se de um projeto inovador. Poucos países contam com essa tecnologia que se mostra interessante”, ressalta.

Para o diretor-presidente da Cegás, Miguel Nery, o projeto permitirá o desenvolvimento de solução tecnológica que elevará a competitividade do gás natural no estado do Ceará. A formalização oficial do projeto, com a assinatura de contrato e dispêndio de recurso para o desenvolvimento da pesquisa será realizada em fevereiro.

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