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Cariri trilheiro: entre penhascos, rios, pontes e mirantes

5 de agosto de 2018 10:15
Cariri trilheiro: entre penhascos, rios, pontes e mirantes

Uma das fontes do riacho do meio. | Foto: Lícia Maia

Prefeitura do Crato

 

A primeira proposta foi ir de moto para ficar mais radical, mas surgiu uma mão (e todo o resto) amiga para nos dar mais emoção. Wanessa e seu carro. Primeiro uma estrada um pouco longa pelo Arajara, em Barbalha até o Geossítio Riacho do Meio. No caminho, de um lado víamos o lixão, do outro uma fábrica de cimento com suas imponentes chaminés.

Assim que estacionamos na primeira parada sentimos um leve cheiro de queimado saindo do carro. Nada demais, era só o motor. Continuamos.

Antes de entrar na trilha um alongamento. Braço pra cá, perna pra lá, uns pulinhos. Pergunto a Neyson Nascimento, nosso condutor de trilha, o por quê do alongamento. Ele me responde que antes de longas caminhadas temos que preparar nosso corpo, principalmente quando há subidas. Chapéu na cabeça e muito protetor solar. Começamos nossa trilha.

Logo no início, como uma boa medrosa, pergunto se há algum bicho selvagem do tipo cobra, onça ou gato do mato. Ele me responde que sim, e até já viu uma raposa naquele mesmo local em que passávamos, porém esses animais se assustam com as pessoas e acabam ficando longe das trilhas. Seria muito difícil vermos algum por ali, para minha alegria.

Algumas descidas escorregadias, nada demais. O guia sempre nos recomendava que
andássemos de lado, pois conseguiríamos mais apoio caso deslizássemos. Alguém que teimava logo levava um susto, escorregando, só para acordar.

Paramos na primeira fonte, onde ele nos explicou algumas regras básicas que todos os
frequentadores do local deveriam seguir: leve apenas lembranças, deixe apenas pegadas, tire apenas fotos e queime apenas calorias. Nada de jogar lixo no chão. Tomar banho nas águas das fontes também não, apesar de que em todas que paramos, sem exceção, havia gente.

Pergunto o por quê de tanta desobediência, pois além das pessoas sujando – tomando banho – naquelas águas que servem para abastecer à comunidade encontramos muito lixo espalhado pela trilha. Ele diz que, além da falta de educação das pessoas, não há regulamentação, qualquer um entra mesmo estando sem condutor, leva bebidas, faz fogueiras, deixa lixo e suja as águas. Em todas as fontes Neyson reforçava o que não se podia fazer, mesmo com várias pessoas ao nosso lado dentro d’água.

É importante lembrar também que o costume que temos de pensar que todo alimento
orgânico é adubo lá não serve. Qualquer semente, casca ou fruta que não for nativa do local, se jogada no chão, pode mudar completamente a lógica das plantas.

A importância do guia

Neyson Nascimento, uma parada para experimentar as delícias nativas. | Foto: Lícia Maia

Comprovei na própria trilha a importância do guia. No Riacho do Meio tudo era bem demarcado, sinalizado e explicado. Muitas placas. Apesar disso tropeçamos com um
grupo de jovens que vinha gritando o nome de uma amiga perdida. Gritavam incessantemente, comentando entre si que ela sabia que tinha que ficar próxima deles.

Além disso, o nosso guia explica que em toda trilha, por mais organizada que seja, podem ocorrer imprevistos. Uma picada de animal venenoso, uma queda, um tornozelo torcido ou até algo pior. Ele me conta que nas trilhas que conduziu nunca passou por algo do tipo, porém já viu uma queda feia. Ele me leva no local do ocorrido, dizendo que quando foi socorrer, a pessoa já estava se levantando, havia batido a cabeça, mas a graça da queda era maior que a dor, saia rindo de si mesma.

O preço médio de um guia é de R$200 e, se o número de pessoas for maior que vinte,
o valor se torna R$20 por trilheiro. Um valor mínimo quando se lembra da segurança.

No total foram quatro locais visitados no Riacho do Meio: duas bicas e dois poços
feitos pela comunidade. A primeira bica foi a das pedras, a segunda a da nascente do
olho d’água branca (nome em referência à cor que a água fica quando as pessoas
tomam banho lá).

Entre uma fonte e outra passamos pela pedra da coruja, onde está esculpido algo
parecido com o rosto de um índio.

Foto: Lícia Maia

Logo depois dela a pedra do morcego, alta e de vista ampla. Lugar de refúgio do bando dos Marcelinos na época do cangaço. Alguns ficavam em cima dela e avisavam com um tiro aos de baixo quando a Volante chegava.

A pedra do morcego foi ponto estratégico e refúgio de cangaceiros. | Foto: Lícia Maia

Questão de sorte

O Soldadinho do Araripe é um pássaro endêmico da floresta do Araripe, ou seja, só
aqui você o encontra – mas nem sempre o vê. Durante a trilha paramos algumas vezes
para ouvir seu canto. É difícil vê-lo pelas redondezas, pois além de pequenino se
esconde.

Soldadinho do Araripe, pássaro raro e difícil de avistar. | Foto: Lícia Maia

Sorte nossa vimos vários, uma fêmea e alguns machos voando de galho em galho, até
bem próximo de algumas pessoas que estavam lá. Era época de acasalamento. Depois
de algum tempo admirando sua beleza foi que percebemos quão sortudos fomos. Várias pessoas passam dias inteiros e não conseguem vê-los.

O guia nos diz que essa aproximação significa que os pássaros estão se acostumando
com as pessoas, e que aquilo pode ser uma forma de demarcação de território diante
dos humanos que invadem sua floresta.

Além do soldadinho do Araripe há outra espécie endêmica do local, arbórea, a
Samambaiaçú.

Como o dia ainda estava na metade e a fome apertava para o almoço, paramos depois
da nascente do Crato pra comer um peixe frito. Uma ladeira bem inclinada fez a gente
lembrar o porquê de ter alongado: o carro não subiu, mas nós sim. Depois de algumas
tentativas desistimos e deixamos o carro na nascente mesmo, duas ladeira a mais uma
a menos, qual diferença fazia naquela altura da tarde?

Depois da barriga forrada seguimos para o mirante, e não deu outra. De novo o carro
fez gracinha com a gente. Estava ficando tarde e, por segurança, resolvemos deixar a
Trilha do Picoto para lá. Seguimos para a bica da borboleta.

Mais ladeiras, e haja perna! No caminho um dos trilheiros resolve revelar ao condutor
que é cardíaco – depois disso tudo é que você vem dizer?- falou Neyson abismado.
Levou-me a perguntar se havia impedimentos para alguns tipos de doenças. Ele me
explica que quem tem problemas no joelho, por exemplo, deve evitar longas
caminhadas, já quem tem problemas de coração deve evitar grandes esforços. Já era
tarde.

A partir dos quatros anos as crianças já podem fazer trilhas (que não exijam tanto
delas) e não há idade máxima, contanto que você respeite seus limites e as
advertências do condutor e do seu médico. Neyson conta que a maior parte das
pessoas que o procuram tem entre 19 e 30 anos.

Ele também recomenda o uso de roupas de academia nas trilhas. Tênis, bonés ou
chapéus, muita água e protetor solar. Também é bom levar frutas, que alimentam e
hidratam.

Estávamos no sopé da Chapada do Araripe, no Geossítio Rio da Batateira. A conversa ajudou na subida da primeira ladeira, mas ela não era a única. Entramos num caminho de
terra estreito. Como já era fim de tarde e as árvores faziam mata fechada não se via
muita coisa e o escuro só aumentava. Notando nossa dificuldade, o condutor amarrou
uma corda a sua cintura, distribuindo-a na fila indiana em que nos encontrávamos,
para nosso apoio, e foi na frente.

Passamos pelo Tanque dos Malucos, uma espécie de cacimbão com 30 metros de
profundidade. Neyson conta que antigamente aquele local era cheio d’água e as
pessoas entravam para tomar banho. Realmente só um louco para aceitar tal desafio.

Pedra da batateira

Foto: Lícia Maia

Pelo caminho conhecemos também a famosa pedra da batateira, que guarda uma das
fontes do local.

Reza a lenda que a pedra da batateira é amarrada com um fio de cabelo de Nossa
Senhora, e quando esse fio quebrar a pedra vai se soltar e rolar, inundando o Crato e
acordando a baleia que está adormecida na Praça da Sé.

Depois de alguns minutos de caminhada chegamos à bica a borboleta. Lá sim pode
tomar banho à vontade. Apesar de aquela fonte abastecer a comunidade, a bica não o
faz, servindo apenas para o deleite de quem anda por ali. Já eram mais de cinco da
tarde, não víamos muita coisa, mas para relaxar só era preciso sentir a água batendo
no corpo.

Não queríamos ter de ir, mas já era a “hora das cobras” segundo nosso condutor.
Justamente naquela hora que as cobras saiam de seus ninhos para andar pertinho de
nós. Mesmo adorando aquele banho de bica o aviso serviu para nos apressar.

A volta teve um pouquinho mais de adrenalina, claro, pois podíamos ver uma cobra a
qualquer momento. Ainda bem que era feriado e elas resolveram sair mais tarde, não
vimos nenhuma.

Na volta as luzes da cidade já estavam acesas. Sentimos bem a diferença de climas
enquanto descíamos a serra, de agradável a muito quente em instantes. O que nos
restava era voltar para casa com aquelas belas lembranças de um Cariri natural.

Para ganhar o céu

Para quem já está acostumado com trilhas ou só deseja algo mais radical, em Juazeiro
do Norte, na rampa do horto, há saltos de parapente.

Para o salto é preciso apenas duas coisas: coragem e um bom vento. Segundo Absalão
Maia, que fez voos duplos, nem sempre o vento está para salto. Há dias em que está
muito forte e há dias em que está muito fraco. Nesse último só dá para fazer um voo
rápido, pousando em baixo da serra, o voo prego – em dias de ventos bons o salto termina no local que começou.

Foto: Lícia Maia

Como não podia ser diferente, a repórter também saltou. No começo os equipamentos
de segurança e recomendações: fui de calça, tênis e ajustei o capacete que o instrutor
me deu. Tudo pronto, o cliente vai na frente, numa espécie de cadeira, e o instrutor
logo atrás, nas rédeas do parapente.

Passamos alguns minutos para saltar, Absalão explica que tem de sentir como o vento
está antes de ir. Andamos para um lado e para o outro, quase saindo do chão e ficando
na ponta dos pés, mas ainda sem levantar voo.

Quando chega a hora a instrução dele é para eu correr, mas cadê a coragem? Um
amigo do instrutor, que nos ajudava, arrastou-nos e empurrou-nos abismo abaixo. 180
metros de altura. No começo a única reação foi fechar os olhos, mas depois comprovei
o que Absalão, com seus seis anos de voo, me disse: lá em cima é tranquilo.

Olhando para baixo uma visão magnífica, as árvores e pessoas bem pequeninas e atrás
de nós um por do sol belíssimo. O vento não estava bom, então duramos pouco. Logo
na metade do caminho até embaixo ele me apontou onde íamos pousar. Como você
sabe? – pergunto – experiência, ele me responde.

A sensação é realmente incrível. Uma paz de espírito misturada com adrenalina. Para
quem tem medo de altura é como libertar-se. É algo que todos um dia deveriam
tentar: ganhar o céu nem que só por cinco minutos.

Pôr do sol

Foto: Lícia Maia

Se você estiver afim apenas de relaxar e curtir uma paisagem bonita, a Pedra dos Ventos no horto de Juazeiro é um lugar perfeito. De um lado é possível apreciar o pôr
do sol, do outro o seu nascer. De tardezinha também dá para ver as luzes da cidade acendendo-se. É um ótimo lugar para jogar conversa fora com os amigos ou
simplesmente apreciar a vista e sentir a natureza.

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