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As cidades e o Trem: história e cultura através da linha férrea no Ceará

George Wilson Por George Wilson
1 de abril de 2018 11:00
Prefeitura do Crato

As estações ferroviárias foram um marco para a história do desenvolvimento regional de todo país, pois as locomotivas foram os primeiros veículos de grande porte a levar e trazer as riquezas do interior e, também, desenvolvimento e renda para estas regiões. As ferrovias de fato mudavam a paisagem por onde passavam, transformavam regiões inabitadas em centros comerciais e traziam vida e sonhos para os habitantes das pequenas cidades que eram formadas no entorno de cada estação.

Relatos de moradores de todas as localidades onde se via o trem passar demonstram que, de fato, o trem era um grande e transformador acontecimento na vida destas pessoas. Em especial no interior do Estado do Ceará, onde pouco se tinha notícias das regiões desenvolvidas ou do “estrangeiro”, como muitos chamam, a implantação da linha férrea foi então um marco socioeconômico e político durante várias décadas.

A grande obra que deu início a este percurso foi a antiga Rede de Viação Cearense, posteriormente Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), que adquiriu as linhas e estações existentes nas principais cidades do interior à capital do estado em meados dos anos 1950. Uma das principais da região e do estado é a Estação Ferroviária do Crato, parada final do percurso que ligava o Cariri até Fortaleza, fundada em 1926, e a Estação de Juazeiro do Norte, fundada pelo patriarca Padre Cícero Romão Batista. Juntas, as duas estações tem mais de 90 anos de fundação.

A maioria das estações ferroviárias do estado, após os trens de passageiros terem deixado de circular oficialmente em meados da década de 1990, permanecem de pé. Nas cidades onde se localizam, as antigas estações estão em meio ao centro urbano, no entorno de parques e praças e, atualmente, possibilita-se o uso destes espaços para fins diversos, como museus, centros culturais, unidades de saúde, cinemas, polos de gastronomia e novas estações de metrô, como é o caso dos VLT’s – veículos leves sobre trilhos, que hoje funcionam ligando estações interurbanas na Grande Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato, utilizando-se também da estrutura destas estações históricas.

Ferrovias e ramais

A ponte ferroviária metálica sobre o Rio Jaguaribe foi construída por engenheiros ingleses, e hoje é o principal cartão postal de Iguatu. Foto: Reprodução

A linha tronco ou linha Sul da Rede de Viação Cearense surgiu com a linha da Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes. Esta linha fundamental foi, ao passar dos anos, inaugurando novas estações, também passando por localidades ainda inabitadas ou sem formação urbana, como é o caso do município de Acopiara, que se formou ao redor do trecho da linha férrea que chegou ao local no início do século XX. Esta estação permanece há vários anos abandonada e, segundo a Secretaria de Cultura do Município, o prédio ainda não foi cedido à Prefeitura, mas a ideia é implantar um centro cultural.

Foto: Arquivo/Osmar Filho
Foto: Reprodução

Das estruturas destas estações que hoje se registra a grande importância destas obras, tem-se a antiga Estação de Trem de Iguatu, inaugurada em novembro de 1910, composta por dois galpões, cedidos posteriormente a Prefeitura Municipal. Em um deles funciona hoje um bar e o outro permanece fechado, com previsão de ser transformado em um cinema, de acordo com projeto da Secretaria de Cultura do Estado, que faz parte do programa Cinema na Cidade, uma iniciativa do Governo.

A partir de Iguatu foram instalados ramais para Cariús e Orós. Essas duas ferrovias estão relacionadas com o início da construção da barragem Poço dos Paus, que não chegou a ser executada, e o Açude Orós. O objetivo era transportar material, equipamentos e operários.

Após a cidade de Iguatu, a obra da ferrovia continuou em direção a Cedro. Mas o trem somente seguiu depois da construção da ponte metálica sobre o Rio Jaguaribe, que tem dois vãos de 80 metros cada, e foi construída pela companhia inglesa Brazil North Eastern Railway.

A ponte ferroviária metálica foi construída por engenheiros ingleses. Enquanto os operários abriam picadas e instalavam trilhos, aguardava-se a chegada das peças da Inglaterra e a montagem da ponte, que demorou quase seis anos. A ponte hoje é o principal cartão postal da cidade e muitos de seus habitantes a consideram a “identidade” de Iguatu.

A partir de Cedro foi implantado ramal, na localidade de Arrojado, zona rural de Lavras da Mangabeira para Cajazeiras (PB), que dava acesso a Campina Grande e Recife. Foto: Reprodução

A cidade de Cedro só surgiu após a ferrovia, que favoreceu o transporte de passageiros e de produtos agropecuários. Deixava-se de transportar mercadorias em lombos de animais para usar vagões puxados por uma máquina a vapor, a Maria Fumaça, depois a óleo diesel, mais rápida. Ganhava-se tempo e dinheiro. Em Cedro, a estação ferroviária foi reformada por iniciativa da Prefeitura, e reinaugurada em 2016, por ocasião do seu centenário. O espaço foi transformado em um museu.

A Estação de Cedro foi reformada pela Prefeitura e reinaugurada em 2016, transformada em museu. Foto: Marcos Rodrigues

Na Praça dos Ferroviários, dois vagões e a antiga estrutura de rotação das máquinas para manutenção (girador) estão abandonados. A Secretaria de Infraestrutura informou que será elaborado um projeto para recuperação do espaço, que faz parte da história da ferrovia na cidade, mas não definiu data.

A partir de Cedro foi implantado mais um ramal, na localidade de Arrojado, zona rural de Lavras da Mangabeira, para Cajazeiras (PB), que dava acesso a Campina Grande e Recife (PE).

A ferrovia e o Cariri

No Crato, o Largo da Rffsa é tombado pelo IPHAN. Nos prédios, funcionam auditório, galeria e a Secretaria de Cultura. No mesmo complexo, há a Biblioteca Pública, o Restaurante Popular e estão sendo construídas duas salas de cinema. Foto: Antônio Rodrigues

A região do Cariri foi a última contemplada com a chegada da linha férrea, esperada desde o final do século XIX. A linha de fato chegou no Crato, em 1926, e era esperado que a “estrada de ferro” chegasse até Petrolina, no Pernambuco, e de lá se ligasse ao sistema hidroviário do Rio São Francisco, o que reforçaria ainda mais a ligação da região com estado vizinho, antes pertencente ao território pernambucano, e que facilitaria o transporte e comércio entre o norte e o sul nordestinos. O fato não foi concretizado por questões políticas e econômicas que se assolaram ainda mais com a constante seca e o governo do país naquela época.

Juazeiro do Norte não estava cotada para receber a estação ferroviária, a cidade em questão a recebê-la era Barbalha, que tinha forte produção canavieira. No entanto, o Padre Cícero foi à Fortaleza e conseguiu trazer o equipamento para o município. A cidade dos verdes canaviais ficou de fora, mas em 1940 conseguiu um ramal. Mesmo assim, o transporte funcionou por pouco tempo. Segundo os barbalhenses, um acidente com o trem matou uma família inteira e traumatizou a cidade, finalizando o trajeto.

O prédio da antiga estação de Barbalha hoje é utilizado como terminal rodoviário para ônibus intermunicipais e interestaduais. Tombado por Lei Municipal e pertence à Prefeitura,  receberá em maio deste ano a Estação Barbalha Turismo, equipamento de turismo pedagógico que visa atrair habitantes e turistas para percursos pelo centro histórico e localidades que abrangem a história local. A cidade hoje é a que mais tem prédios tombados pelo patrimônio Municipal e Estadual, e possui a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, tombada como patrimônio histórico imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Crato também irá receber, junto ao seu completo cultural que hoje funciona no prédio, duas salas de cinema contempladas pelo programa Cinema Perto de Você, da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e do Ministério da Cultura em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado e a Prefeitura Municipal do Crato, através de sua Secretaria de Cultura. As obras foram iniciadas em dezembro de 2017 e devem ser entregues em novembro deste ano.

Em Missão Velha, a estação passou a sediara Secretaria de Cultura e biblioteca em 2011. Um dos armazéns deverá abrigar uma escola de arte e cultura. Foto: Aragão/Reprodução

Em Missão Velha, a estação era ociosa até 2011, quando foi reaberta como sede da Secretaria de Cultura e Biblioteca Municipal. Segundo o titular da Pasta, Moreira Paz, um dos armazéns será aberto para a criação de uma escola de arte e cultura. Ele acrescenta que a estrutura da estação está bem conservada, mas precisa de alguns reparos.

A Estação de Aurora, desde 2009, abriga a biblioteca pública e, no segundo anexo, a Escola de Música Esmerindo Cabrinha. O secretário de Cultura do município, José Cícero Silva, tem como projeto a construção de um “café estação”, para atrair ainda mais visitantes. A Prefeitura Municipal mantém no local o Centro Cultural historiador Amarílio Gonçalves Tavares.

Foto: Preitura de Aurora/Reprodução
Foto: Preitura de Aurora/Reprodução

Museu do Trem

Entre os dias 27 e 28 de fevereiro, o secretário de Cultura de Juazeiro do Norte, Renato Fernandes, esteve em Fortaleza apresentando o projeto para a criação do Centro Cultural e do Museu do Trem, no prédio da antiga estação ferroviária. A ideia é que se torne um espaço de exposição permanente, contando a história da estrada de ferro no Cariri e no Ceará. Ele se reuniu com o presidente do Sindicato da Rede Ferroviária Federal (Rffsa), Marcos Cabeleira, e Hamilton Pereira, engenheiro aposentado da antiga estatal e memorialista, para reforçarem a importância do equipamento.

A Prefeitura de Juazeiro do Norte apresentou projeto do Centro Cultural e do Museu do Trem, no prédio da antiga estação ferroviária, que fica ao lado da Estação do VLT. Foto: reprodução

Segundo Renato Fernandes, o projeto vem sendo discutido desde o início da gestão, mas só nos últimos oito meses ele começou a ser praticado com a concepção, contatos, investigação e projeto de reforma do prédio. Uma equipe com museólogo, arquiteto e fotógrafos trabalharão cotidianamente. A expectativa é que o equipamento seja entregue até dezembro deste ano.

A visita aos antigos funcionários da Rffsa buscou auxílio no acervo de memória e na ambientação do espaço. Agora, a Secretaria de Cultura vai solicitar, junto ao Metrô de Fortaleza (Metrofor) e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a doação de vagões e locomotivas antigas para anexar ao prédio da estação. A ideia do projeto arquitetônico e que neles sejam instalados bares, cafés e espaço para a realização de atividades artísticas e culturais, como oficinas e exposições.

George Wilson

George Wilson

Fotógrafo e repórter, com formação em Ciências Sociais pela Universidade Regional do Cariri.

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