Um levantamento feito pelo Badalo, com base nos dados da Infraero, mostra que o Aeroporto Regional Orlando Bezerra em Juazeiro do Norte não tomou conhecimento da crise que se instalou no país desde 2014. Levando-se em conta que o equipamento não teve melhorias importantes nos últimos anos, os números impressionam.
Nos três itens que compõem a estatística da Infraero: aeronaves, passageiros e cargas, nos últimos cinco anos pesquisados pelo Badalo, os números absolutos e o percentual de crescimento extrapolam de longe os índices da economia brasileira e, especificamente, a média de crescimento dos aeroportos administrados pela Infraero no país.
Como mostram tabela e gráficos abaixo, entre 2013 e 2017, o número de aeronaves apresentou um incremento de 18%, que se pode considerar elevado para o período, sobretudo se levarmos em conta que o salto maior se deu nos últimos três anos, período de crise mais aguda no país.
Já o número de passageiros saltou 39,8% e passou de meio milhão desde 2016, ano de maior aumento, com um movimento que superou em 90.000 o ano anterior, 2015.
O maior aumento percentual se deu no movimento de cargas: 84,5%. Por sinal, uma nova e auspiciosa vocação do aeroporto do Cariri. Este lado faz urgir uma pista mais sólida e um terminal de cargas de respeito, ou melhor, na dimensão da atual demanda e, principalmente, pela perspectiva alentadora de crescimento.
Passageiros, aeronaves e cargas, em números absolutos:
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Incremento de aeronaves:
Incremento de passageiros:
Incremento de cargas:
Opinião abalizada
Para o engenheiro e empresário José Roberto Celestino, ex-dirigente lojista e ex-vice-prefeito de Juazeiro do Norte: “O aeroporto é o nosso porto e aeroporto”, referindo-se ao crescimento do movimento de cargas. Ele chama de “excepcional” o crescimento do transporte de cargas, lembrando que neste item, o aeroporto do Cariri superou Uberlândia, Joinville e Londrina, e se equiparou a Maceió e João Pessoa.
Celestino é referência em termos de conhecimento e defesa do aeroporto. Defende o aparelhamento do equipamento como fundamental para o crescimento do Cariri. Reforça que se, com os novos serviços, o aeroporto for homologado para o PCN 46 – código maior de resistência da pista de pouso e decolagem – Gol, Azul e Avianca poderão atuar no Cariri com plena operação. Isso, segundo ele, possibilitará que o Aeroporto Orlando Bezerra supere em cargas, as capitais nordestinas que ele citou.
Conclusão do Badalo
A ordem de serviço a ser assinada na tarde desta segunda-feira pelo Ministro dos Transportes, Maurício Quintella, com a presença do governador Camilo Santana e do presidente do Senado Eunício Oliveira, pode não atender todas as demandas do nosso tão defasado aeroporto, mas representa um pequeno sinal de presença do setor público num equipamento em que a iniciativa privada e a região do Cariri estão “dando de goleada”. Afinal, diz o sábio ditado popular: “O pouco com Deus é muito”. A propósito, antes pouco e tarde do que nada ou nunca.