França e Dinamarca saíram de campo vaiadas pelos torcedores russos em Moscou, após o primeiro empate em 0 a 0 desta Copa do Mundo, nesta terça-feira, no fechamento do Grupo C, no estádio Lujniki. Os franceses já entraram classificados e com time misto, enquanto os dinamarqueses precisavam de um empate. Com notícia dos gols do Peru sobre a Austrália em Sochi, o jogo em Moscou virou um grande amistoso insosso, uma grande ação entre compadres, na qual as duas seleções europeias se beneficiavam.
Como primeira colocada do Grupo C, a França jogará no sábado, às 11h, em Kazan, contra o segundo do Grupo D – que pode ser a Argentina! Já a Dinamarca, segunda colocada do Grupo C, pega a melhor seleção do D, que provavelmente será a Croácia, no domingo, às 15h, em Nizhny Novgorod. A definição do adversário sai logo mais, com a terceira rodada do Grupo D começando às 15h de Brasília.
Foi sem graça. As equipes se mostraram lentas, pouco agressivas e não tiveram grande destaque em seus principais jogadores – Eriksen e Griezmann. Dembélé foi uma boa saída para os franceses pela direita, mas o time, desentrosado com tantos reservas (seis), não teve encaixe ofensivo. A Dinamarca, a quem interessava o empate, começou atacando, mas depois se retraiu e pouco fez em contra-ataques. A notícia do resultado de Peru x Austrália, em Sochi, contribuiu para que o jogo em Moscou se tornasse um grande amistoso.
Os goleiros Mandanda (substituto de Lloris, poupado) e Schmeichel continuaram sem trabalhar, como espectadores da grande pelada de luxo no estádio de Lujniki. O técnico francês, Didier Deschamps, aproveitou para tirar os poucos titulares que não havia poupado, como Lucas Hernandez e Griezmann (mais uma vez, muito apagado). Fekir entrou e, em seu primeiro lance, quase marcou, dando mostras de que, se havia um entendimento por um 0 a 0, ninguém o avisou.


Austrália e Peru
Já eliminada no Grupo C da Copa do Mundo, a seleção do Peru jogou por sua honra e seu povo. Com absoluta maioria de torcedores em Sochi, a equipe sul-americana venceu a Austrália sem dificuldades por 2 a 0, nesta terça-feira, e se despediu do Mundial com muita alegria. Os gols foram marcados por Carrillo, no primeiro tempo, e Guerrero, no segundo – foi o primeiro do atacante do Flamengo no torneio. Os australianos, que dependiam de combinação de resultados para avançar na Copa, não viram o milagre acontecer. Foi a primeira vitória peruana em Copas desde 1978.
Precisando da vitória, a Austrália começou bem e teve a posse de bola durante todo o primeiro tempo (55% X 45%), mas sofreu com os contra-ataques peruanos. No melhor deles, aos 17 minutos, Guerrero recebeu lançamento, contou com falha de Risdon e teve tempo para olhar, ajeitar e cruzar na direção de Carrillo, que acertou lindo chute de primeira sem chances para Ryan. Na sequência, os australianos voltaram a mandar no jogo e poderiam ter empatado – na melhor jogada, Rogic lançou Kruse, que rolou para Leckie marcar sem goleiro. A zaga peruana afastou no limite.
O Peru manteve sua postura de esperar o rival e aproveitar contra-ataques. Na primeira boa troca de passes, aos 4 minutos, Guerrero recebeu de Cueva, fez seu gol e emocionou a torcida em Sochi. Desanimada, a Austrália até tentou incendiar o ataque com o garoto Arzani, bom de bola, e o veterano Cahill. A bola aérea levou perigo, mas o goleiro Gallese fez boas defesas. Os minutos finais foram apenas de espera pelo apito do árbitro – com gritos de “olé” dos peruanos.
Depois de passar dois jogos no banco de reservas, Tim Cahill foi chamado pelo técnico Bert van Marwjik aos sete minutos do segundo tempo – com isso, fez história ao ser o primeiro australiano a atuar em quatro Copas do Mundo. Só não deu para fazer gol pela quarta Copa seguida, que o faria igualar até Pelé. Aos 38 anos, ele pode se aposentar da seleção.