A produção industrial brasileira cresceu em novembro pelo terceiro mês seguido, em relação ao mês anterior. A alta foi de 0,2% na comparação com o resultado de outubro. Também foram registradas altas na comparação com novembro do ano passado, de 4,7% e no acumulado de janeiro a novembro a produção cresceu 2,3%.
A alta de 4,7% é a sétima taxa positiva consecutiva e a maior nessa comparação desde novembro de 2010, quando a produção industrial brasileira cresceu 5,3%. O acumulado nos últimos doze meses avançou 2,2%, o melhor resultado desde setembro de 2013 (2,3%).
Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira. A mediana das previsões dos economistas ouvidos pela Bloomberg apontava queda de 0,1% no mês e alta de 4% em relação a novembro do ano passado.
Patamar de produção 16,7% abaixo do pico
André Macedo, coordenador de Indústria do IBGE, destacou que, apesar de o patamar de produção em novembro estar 16,7% distante do pico do setor, registrado em junho de 2013, essa performance é a melhor desde outubro de 2015. Ele ressaltou, ainda, que ao crescer três meses seguidos (setembro, outubro e novembro, em relação ao mês anterior), a indústria eliminou a perda de 0,6% registrada em agosto.
Nos 11 meses de 2017, a indústria nessa comparação só encolheu por dois meses: agosto e março. Nos demais houve crescimento, ainda que próximos a uma estabilidade.
– São resultados que mostram que a indústria está se recuperando, mas de forma gradual e lenta – observa Macedo, ressaltando que o setor ainda está muito distante de recuperar as perdas dos últimos anos, pois opera no mesmo patamar de março de 2009 e, no acumulado entre 2014 e 2016, o setor encolheu 16,7%.
Bens de consumo avançam no fim do ano
Na passagem de outubro para novembro de 2017, a alta de 0,2% foi puxada por bens intermediários, cuja produção cresceu 1,4% no período, com destaque para a metalurgia, a celulose, a borracha e plástico, produtos químicos e alimentícios; e de bens de consumo duráveis, cuja alta foi de 2,5% entre outubro e novembro, com destaque para a produção de automóveis, motos, móveis e eletrodomésticos. Entre outubro e novembro, a produção de bens de capital ficou estável, interrompendo o comportamento de alta que seguia desde abril de 2017, e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis caiu 1,6%.
Segundo André Macedo, coordenador de Indústria do IBGE, a alta na produção de bens de consumo duráveis está relacionada, principalmente, ao aumento de consumo sazonal que ocorre ao fim do ano.