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O cinema brasileiro é masculino e branco

25 de janeiro de 2018 11:52
O cinema brasileiro é masculino e branco

Reprodução.

O Brasil é um país que não se vê nos filmes. É um enorme território miscigenado, preto, branco, indígena e pardo e com mais mulheres do que homens, mas cujo cinema é praticamente branco e masculino. Um exemplo: dos 142 longas-metragens lançados em 2016, 75,4% foram dirigidos por homens brancos. Outro dado: nenhum de todos esses filmes foi dirigido ou teve como roteirista uma mulher negra.

Os números foram revelados numa pesquisa da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e marcam o começo de uma série que, todo ano, vai revisar e analisar a diversidade nas grandes telas brasileiras. O estudo procurou recortes de gênero e raça nas áreas decisivas dos sets de filmagem: direção, roteiro e produção executiva. 80% desses 142 filmes são do sudeste do país. A pesquisa não contemplou a presença de profissionais transgênero.

A cadeira de diretor é ocupada 78,2% das vezes por homens, ou seja em 111 filmes. Deles, apenas três tiveram um negro ou pardo no comando. Três longas-metragens tiveram uma direção mista com homens e mulheres, mas as mulheres sozinhas dirigiram só 28 filmes, 19,7% do total, e todas elas eram brancas. “Ter 0% de mulheres negras na direção ou no roteiro é assustador. É uma discriminação forte e palpável, porque existem diretoras e roteiristas negras, mas elas não estão sendo chamadas”, avalia Luana Rufino, superintendente de Análise de Mercado da Ancine e coordenadora da pesquisa.

Reprodução.

Os roteiros de 2016 também têm essência masculina: 95 filmes, ou 66,9% do total, foram escritos por homens, fundamentalmente brancos. Apenas oito desses filmes, ou 5,6% deles, têm um preto, pardo ou de outra raça como roteirista. Mais uma vez chama a atenção a ausência de mulheres negras, num quesito onde a mulher (branca) teve uma participação exclusiva como roteirista em 16,2% dos filmes, sobre tudo em documentários. O percentual feminino só aumenta ao contemplar os roteiros escritos a mais de duas mãos com homens e mulheres, que representam 16,9% do total, com destaque na ficção.

Marton Olympio, roteirista negro com mais de 20 anos de carreira, não se surpreendeu com os números. Ele se acostumou a participar de salas de roteiro onde era o único negro e era comum que diretores olhassem duas vezes para ele e questionassem: “Mas é você, mesmo?”. Ele, roteirista do seriado Cidade dos Homens, cobra mais políticas afirmativas para construir um cinema mais plural,para “descobrir o cinema brasileiro como algo brasileiro e não imitar outros mercados em termos de elenco e produção”.

“Cidade dos Homens tem uma narrativa negra e um elenco predominantemente negro e batemos índices de audiência nas sextas-feiras à noite que havia tempos que não batíamos. As pessoas têm necessidade de se ver na TV, de ver sua realidade nela”, explica o também roteirista, dentre outros projetos, do último filme de Tata Amaral, que ainda não foi produzido. “Há um terreno grande na dramaturgia que ainda não foi explorado, precisamos explorar esses caminhos, construir narrativas mais autênticas. Não tem como ser autêntica uma história sobre o negro que não foi escrita por um negro”.

A única área onde a mulher tem mais presença que os homens é a produção executiva. Neste quesito, 39,7% dos filmes foram produzidos por mulheres. De novo, nenhuma mulher negra como única produtora, embora, desta vez, dois filmes tenham entre suas produtoras-executivas alguma mulher negra em parceria com uma mulher branca. Os homens, fundamentalmente brancos, produziram 31,2% do total e compartilharam responsabilidades com mulheres em 29,1% das produções.

Uma das diretoras brasileiras cujo perfil não aparece nessa pesquisa é Gabriela Watson, atualmente nos Estados Unidos. A cineasta, criadora do documentário Flores de Baobá, identifica as dificuldades dos profissionais negros já na faculdade, onde, entre outras questões, não há professores negros que incentivem a criação do ponto de vista afro-brasileiro, por exemplo. “Há tempo para estudar arte eurocêntrica, mas não cria-se tempo para estudar uma arte que traga novos olhares, novas influências, novos pensares”, diz.

Conquistar sucesso no cinema requer derrubar outras barreiras, segundo Watson. “Uma vez que você entra no mercado de trabalho, encontra uma estrutura muito racista. O cinema é uma área muito fechada que funciona por indicação e quando você consegue quebrar essa estrutura enfrenta muitos julgamentos. Nossa potência é sempre subestimada. Já ouvi tantas vezes esse ‘aí, será que você vai dar conta?…”, lamenta a cineasta. Ela, porém, é otimista com os rumos que profissionais negros, e sobretudo mulheres, estão conquistando. “Há cerca de dez anos que há uma produção de mulheres negras, que não é mainstream, mas que está ocupando todos os espaços profissionais. representa uma coletividade muito grande que demonstra que não é só preciso força de vontade, mas sim muito investimento e muita dedicação”.

Uma realidade, outro elenco

Dois campos específicos foram estudados apenas sob a ótica de gênero, e não de raça, e mais uma vez o homem é protagonista. Em 121 dos 142 filmes a direção fotográfica esteve em mãos masculinas frente aos 11 títulos dirigidos por mulheres. Em sete filmes, a pesquisa não soube identificar os diretores e em três deles a direção fotográfica foi liderada conjuntamente por homens e mulheres. A direção artística apresenta mais diversidade, mas ainda com 59,2% dos filmes, 84 deles, com homens nesses cargos. Apenas oito títulos (5,6%) tiveram a direção artística sob a responsabilidade de uma mulher, mas há 44 deles (31%) nos quais homens e mulheres dividiram o comando nessa área.

A pesquisa também analisou o elenco de 97 filmes que foram lançados em 2016, um total de 827 atores e atrizes, e conclui que a realidade tem pouco a ver com a ficção. Se na população brasileira há 51% de mulheres, no elenco dos filmes brasileiros sua presença é de apenas 40,6%. No recorte de raça a distância é ainda maior. Enquanto 50,7% dos brasileiros são negros o pardos, nos filmes esse percentual é só de 13,4%. Em 42% desses filmes analisados — todos de ficção — não houve nenhum ator negro o pardo.

Estes foram os números que mais chocaram à coordenadora da pesquisa. “Me surpreendeu o fato de o elenco principal ter tão pouca representação negra. Isso significa que a população brasileira não está se enxergando no audiovisual”, avalia Rufino, que destaca também que as ajudas públicas ao cinema não estão conseguindo reverter a desigualdade: os incentivos e o patrocínio continuam beneficiando homens brancos principalmente. “O que está sendo buscado desde a Ancine é a paridade racial — já conquistamos paridade de gênero — na Comissão do Fundo Setorial do Audiovisual, que determina as ajudas. A paridade é precisa para evitar que a seleção de filmes patrocinados para acabar com essa distorção”.

 

 

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