O Partido dos Trabalhadores (PT), confirmou o fim da aliança com o Partido Democrata Trabalhista (PDT) no estado do Ceará. A confirmação aconteceu na tarde desta terça-feira (19), após um encontro da cúpula do partido. A decisão teve o aval do ex-governador Camilo Santana, maior liderança petista no estado. Um dos motivos para o rompimento foi a indicação do PDT de Roberto Cláudio para o Governo do Estado. O PT, assim como Camilo, era favorável a indicação da Governadora Izolda Cela.
“O PDT fez a opção de decidir de forma unilateral. Não houve oportunidade para o diálogo e essa decisão deles representa, tácito e unilateralmente, um impedimento da aliança, um final da aliança”, destacou o presidente do PT no Ceará, Antônio Filho. Após a reunião, o Partido dos Trabalhadores divulgou uma resolução sobre a posição do PT.
Mesmo com o rompimento, o presidente estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo, através de suas redes sociais, nesta tarde, afirmou que ainda há um esforço para que a aliança não seja desfeita. “Foi um processo democrático do partido (a escolha de Roberto Cláudio), e agora vamos sentar para conversar com todos nossos aliados, e estabelecer a melhor estratégia de vitória”, disse.
Confira a resolução do PT na íntegra:
DIRETÓRIO ESTADUAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NO CEARÁ
*RESOLUÇÃO POLÍTICA
DIÁLOGO E UNIÃO EM DEFESA DO CEARÁ E DO BRASIL*
O compromisso do Partido dos Trabalhadores – PT com o Ceará e os cearenses, e com o Brasil, sempre norteou a nossa ação política e nossas decisões. Com base nessa premissa o PT envidou todos os seus esforços para que o projeto político-administrativo em curso no Ceará, comandado nos últimos sete anos e meio pelo ex-governador Camilo Santana e agora pela governadora Izolda Cela tivesse sua reafirmação política junto ao povo cearense com a defesa de suas conquistas e reconhecimento dos desafios para seu avanço e aprimoramento, sempre na perspectiva de melhorar cada vez mais a vida do nosso povo.
Arraigado nesse sentimento de responsabilidade com o nosso povo, o PT defendeu e continua defendendo uma ampla aliança para as eleições de 2022 no estado, a partir de uma candidatura ao governo capaz de unir toda a base de sustentação do governo Camilo/Izolda, reconhecendo inclusive a primazia do PDT na escolha do nome, reivindicando, apenas e tão-somente, um amplo diálogo com os partidos aliados no processo de definição da candidatura.
Infelizmente não foi o que se verificou. O PDT se fechou em copas. Tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida. Ignorou inclusive as manifestações públicas de preferência de partidos aliados, lideranças, inclusive do ex-governador Camilo Santana pelo nome de sua filiada e atual governadora Izolda Cela, que, no cargo, manifestou publicamente seu interesse e sua legítima pretensão de postular sua reeleição.
A prerrogativa antes reconhecida a quem, no cargo, postulou a reeleição, foi solenemente negada pelo PDT à governadora Izolda, num triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado. A Izolda Cela nossa solidariedade e nosso reconhecimento do seu valor, da sua dignidade e de sua extraordinária contribuição ao Ceará em todas as funções públicas que brilhantemente desempenhou e desempenha. A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará.
A exclusão de Izolda representou igualmente a negativa do diálogo na busca de consenso e o pouco apreço à aliança, aos aliados e sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho, junto com Camilo nos anos recentes. Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só. Esse veto materializou ainda o rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida.
Nesse contexto, o PT, se solidariza com a Governadora Izolda, reitera o seu compromisso com os cearenses e com a democracia e com as pré candidaturas do ex Governador Camilo Santana para o Senado, de LULA para presidente e que continuará o diálogo com os demais partidos aliados.
Fortaleza, 19 de julho de 2022.