segunda-feira, 07 de outubro de 2024

Complexos Mais Infância se consolidam como espaços de lazer e acolhimento para as comunidades do entorno

Dona Adélia Ferreira, 58, olha atentamente as mudinhas de capim santo da horta do Complexo Mais Infância do Cristo Redentor. Cuidadosamente, escolhe uma muda para levar para casa e fazer seus chás. Adélia mora próximo ao equipamento e conta que vem diariamente visitar o espaço. “Semana passada levei mudinhas de mastruz, malva e corama para fazer um lambedor que foi a única coisa que me curou de uma tosse alérgica. Aprendi com seu Emanuel, que é o jardineiro, que a gente tem que saber como cuidar e o tempo certo de colher também. O Complexo Mais Infância é um refúgio para nós que moramos nesta comunidade”, reforça Adélia, que tem netos e filhos que frequentam as atividades do equipamento.

Em um outro cantinho, também na horta do Complexo Mais Infância, Francisca Maria, 51, colhe com a ajuda do “seu Manel”, uma muda de mastruz para fazer seus remédios caseiros. “Eu confio demais na medicina natural. Meu neto quebrou o pé esses dias e acabou inflamando um pouquinho, então lembrei logo de vir aqui pegar tudo que precisava para fazer um remédio que é ‘tire queda’ pra essas coisas”, conta Francisca, que mora também no entorno do complexo.

Além de promoverem convivência, integração familiar e qualificação profissional, os Complexos Sociais Mais Infância vêm se consolidando como uma referência para as comunidades do entorno, que utilizam diversos espaços do equipamento, independente de serem usuários ou não das atividades oferecidas.

Na hortinha do complexo, qualquer pessoa da comunidade que esteja precisando de plantas para fazer chás ou remédios naturais são muito bem vindas e ainda recebem as dicas do seu Manoel, o jardineiro do complexo.

Outro espaço que fica aberto para a comunidade é a brinquedopraça, que após às 17h, recebe a visita de diversos pais, avós e cuidadores. Seu Joacilo Cardoso, 62, é um dos primeiros a chegar à brinquedopraça, acompanhado de Dom, 2, seu neto, que rapidamente pede a ajuda do avô para se balançar mais rápido. “Trago o Dom aqui todos os dias e ele adora vir brincar no escorregador e no balanço. Aqui ele também se diverte com outras crianças. A única parte difícil é convencê-lo a voltar para casa”, descontrai seu Joacilo.

Em outro brinquedo, Chloe, 3, se diverte com o pai, Leonardo Ferreira, 28, que frequenta o espaço há dois meses. “Minha filha adora essa praça, depois da escola já começa a me chamar pra vir pra cá e todos os dias temos que fazer esse passeio. Eu gosto de trazer a Chloe para brinquedopraça porque além da segurança, aqui tem uma grande variedade de brinquedos e o chão é protegido contra impactos mais fortes, caso ela venha a cair numa brincadeira”, conta Leonardo, enquanto brinca com a filha.

Essa interação da comunidade não é só no Cristo Redentor. No Complexo do João XXIII é comum encontrar grupos de mães que se reúnem no equipamento porque se sentem acolhidas naquele espaço. A quadra esportiva do equipamento também é utilizada, aos sábados, pela comunidade do bairro. Semanalmente, das 12h às 19h, os moradores se revezam nos jogos de basquete, futsal e vôlei.

No Cariri, as noivas de Santo Antônio se arrumaram e fizeram os doces da festa dentro do Complexo de Barbalha, que é uma segunda casa para a comunidade das redondezas. Até a areninha do equipamento recebeu os festejos juninos do bairro.

A titular da SPS, Onélia Santana, destaca a importância dos Complexos Mais Infância para as comunidades onde estão localizados. “Atualmente, temos unidades nos bairros João XXIII, Cristo Redentor e Curió em Fortaleza; e no município de Barbalha, no Cariri. Todos são vinculados à Secretaria da Proteção Social (SPS) e vêm desempenhando um papel que vai além da oferta de atividades e serviços sociais, são espaços de lazer, de pertencimento, em que todos da comunidade se sentem à vontade para utilizar todos os espaços”, reitera a secretária.

Atendimentos

Só no ano passado, mais de 15 mil pessoas já foram atendidas nas unidades dos bairros João XXIII e Cristo Redentor, em Fortaleza; e do município de Barbalha, no Cariri. Os equipamentos promoveram centenas de ações e atividades lúdicas, esportivas, culturais e de lazer, com cursos de artes, de dança e música para comunidades do entorno e de municípios vizinhos, além de qualificação profissional.

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