Completar o esquema de vacinação contra a Covid é não apenas uma forma de proteger a si e ao outro, mas uma exigência para acesso a vários locais. Apesar disso, quase 600 mil pessoas sequer completaram o esquema básico com a 2ª dose no Ceará.
Até a última terça-feira (21), 8,1 milhões de cearenses tomaram a 1ª dose, mas apenas 7,5 milhões voltaram para a segunda aplicação: ou seja, quase 582 mil pessoas não completaram a imunização, segundo o Vacinômetro da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Para Daniele Queiroz, epidemiologista e assessora especial da Secretaria Executiva de Vigilância e Regulação em Saúde da Sesa, três pontos críticos influenciam na baixa procura por imunização: a queda de casos da doença, as “fake news” e o avanço do movimento antivacina.
“A desinformação é uma séria ameaça não só à vacinação, mas à saúde pública. As pessoas têm medo do que as vacinas podem causar, mas toda vacina liberada passa por diversas etapas que garantem a efetividade e a segurança”, reforça.
Um dos públicos mais afetados por essa lacuna de proteção é o infantil, como aponta a epidemiologista. “Hoje, temos uma grande dificuldade com o público pediátrico, e isso tem a ver com aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos dos pais – um discurso antivacina ativista, apoiado com argumentos pseudocientíficos”, disse.
DOSES DE REFORÇO
A cobertura vacinal da 2ª dose no Ceará está em 91%, conforme o Vacinômetro. Já a dose de reforço, ou 3ª dose, ainda está abaixo da ideal: só 60% do público-alvo já garantiu a aplicação do imunizante contra o coronavírus.
Com o ordenamento de prioridades, algumas pessoas podem “perder as contas” e desconhecer quantas doses da vacina contra a Covid já devem, obrigatoriamente, ter tomado. Para facilitar, segue o esquema:
- 1ª e 2ª doses: todos a partir de 5 anos já devem ter tomado;
- 3ª dose: todos a partir de 12 anos já devem ter tomado;
- 4ª dose: adultos imunossuprimidos, trabalhadores da saúde e qualquer pessoa a partir de 40 anos de idade já podem tomar.
A escalada do coronavírus no Ceará tem voltado a aparecer em números: em junho, até o dia 15, um a cada 4 testes de Covid feitos no Estado teve resultado positivo, uma taxa de positividade de 25,3%. A maior desde fevereiro.
Só neste mês, até quarta-feira (22), mais de 6 mil cearenses já foram infectados pelo coronavírus e seis perderam a vida por complicações da doença.