Espaço para mulheres donas do seu próprio negócio compartilharem ideias e exporem seus produtos, assim é a Feira das Minas. O projeto, criado em outubro deste ano, chega à sua terceira edição nesta quinta-feira (12), trazendo apresentações artísticas na sua programação, que ocorrerá no Cangaço Bar, a partir das 19h. A entrada é gratuita.
O grupo Slam das Minas Kariri será a primeira atração do evento, comemorando o primeiro aniversário do projeto feminino de declamação de poesias. O evento também contará com discotecagem da DJ Tupi Cariri e do DJ Fluxomarginal.
Como surgiu
Desde criança, a estudante de Psicologia Oda Ferreira sentia desejo por empreender. Com o passar do tempo, a ideia se transformou em estratégia de driblar o desemprego. Assim, com uma amiga, Oda criou uma loja virtual de camisetas, canecas e quadros personalizados.
Posteriormente, ela notou a falta de um espaço apenas para mulheres partilharem ideias e seus processos de produção. Por isso, quis promover uma feira ou evento cultural apenas com o público feminino. “Seria um lugar onde teríamos compartilhamento de saberes, música, poesia… Mas algo muito descompromissado, meio que por diversão”, conta a idealizadora.


Ela, então, revelou a ideia para a estudante de Música Germana Nobre, e juntas elas criaram a Feira das Minas, com o intuito de fomentar o empreendedorismo de mulheres na região do Cariri cearense e estabelecer um local de exposição e reunião de artesãs, comerciantes, dentre outras profissionais da área.
“Eu não imaginava a quantidade de mulheres com seu próprio negócio, sem contar os trabalhos que são incríveis e criativos. A Feira das Minas me ensinou a ser mais forte e ter mais vontade de criar e conhecer outras empreendedoras”, afirma Germana, de 21 anos.
Sobre os principais desafios da área na região, Germana pontua que o público, muitas vezes, não valoriza o trabalho artesanal. Já Oda afirma: “Muitas vezes os trabalhos de mulheres não são muito conhecidos. Acredito que através de divulgação, oportunidades e espaços para se mostrar e organização estratégica por parte das empreendedoras, pode-se obter ascensão”.
No Brasil, já são 24 milhões de mulheres donas do seu próprio negócio, segundo o Monitoramento de Empreendedorismo Global. No entanto, uma outra pesquisa, realizada pela Rede Mulher Empreendedora e a Fundação Getúlio Vargas, constata que elas ainda sofrem muitas dificuldades para se estabelecer, como acessar crédito bancário e estabelecer networking.