Internos do Centro Terapêutico Casa de Jacó foram encontrados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) em estado de cárcere e maus tratos. A promotoria esteve no local para averiguação da regularidade do espaço, após denúncias de familiares que não estavam tendo comunicação com os parentes que internos. Promotores visitaram o local na quarta-feira (20) e foi feito um flagrante em que constatou cerca de 32 pessoas vivendo em locais similares a celas, alguns com marcas de espancamento e hematomas. Um dos internos era mantido algemado.
Durante a coletiva de imprensa do MPCE nesta quinta- feira (21), os promotores de justiça Alessandra Magda Ribeiro Monteiro e Flávio Corte Pinheiro de Sousa afirmam que o proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante pelo crime de cárcere privado.
Havia colchões no chão, sem banheiro nem água, quartos sem ventilação ou luz. Havia apenas um buraco no chão para as pessoas fazerem as necessidades fisiológicas. Vários objetos espalhados e muita desorganização. Na parte da cozinha também não havia nenhuma alimentação estocada, afirma o promotor Flávio Corte.
Além disso, foram apreendidas drogas no quarto de um dos cuidadores, dentro do local. Um médico da atenção psiquiátrica, que atendeu cada um dos internos, constatou que um deles estava sob efeito de substância entorpecente. Um interno declarou que lá se trocavam roupas e objetos pessoais por drogas.
Segundo Alessandra Magda, a instituição, que deveria tratar somente dependentes químicos, recebia também doentes mentais, o que é proibido.
O local possuía alvará de funcionamento, mas não tinha alvará sanitário. A Vigilância Sanitária foi chamada ao local, que foi interditado após a retirada dos internos. A ação contou ainda com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil.