Caminhoneiros que mantinham paralisações nas principais rodovias paulistas começaram a deixar os pontos de bloqueio, ontem (30), após a chegada de tropas do Exército, convocadas para garantir a livre circulação nas vias. O mesmo foi verificado em rodovias do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba e Roraima, onde a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas liberaram trechos ocupados por ativistas.
Segundo o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, a cidade vai suspender o estado de emergência hoje diante da volta à normalidade na capital. Em Mato Grosso do Sul, um dos principais pontos de mobilização foi desmontado ontem, na BR-163.
Também ontem, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que o abastecimento de alimentos e combustíveis está voltando ao normal.
A Polícia Rodoviária Federal confirmou, nesta quarta (30), ter informações de que milicianos estariam agindo infiltrados no movimento dos caminhoneiros no Rio.
Morte
Um caminhoneiro morreu, em Rondônia, após ser atingido por uma pedra ao passar por um bloqueio montado na BR-364, próximo à cidade de Vilhena (RO) nesta quarta-feira (30). Segundo a Polícia Militar, o motorista tinha acabado de passar por manifestantes. Testemunhas relataram que o caminhão foi perseguido e ultrapassado por um veículo cujos ocupantes arremessaram uma pedra que quebrou o para-brisa e atingiu a cabeça do caminhoneiro, que morreu no local.
Esta é a primeira morte diretamente associada às manifestações dos caminhoneiros, que começaram no último dia 21.
Investigação
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen, disse, ontem, que o governo trabalha para identificar os responsáveis por atos de violência que impedem os caminhoneiros de retornar ao trabalho. Segundo ele, as investigações estão “chegando aos responsáveis por esses movimentos”.
O ministro disse que as cenas de violência contra caminhoneiros nas estradas do país ultrapassam todos os limites da civilidade. “Vamos atuar com a energia que se fizer necessária”.
Já a ministra da advocacia-geral da União (AGU), Grace Mendonça, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo lote de empresas que descumpriram a decisão do Supremo e não desocuparam vias.
O governo também divulgou, ontem, um número de telefone para os caminhoneiros denunciarem comportamentos abusivos de grevistas nas estradas. Eles podem contatar as autoridades via whatsapp caso estejam sendo impedidos por grevistas de seguir viagem. O número é o (61) 99154-4645.