A entrevista do programa Roda Viva da Tv Cultura com a pré-candidata à presidência da Republica, Manuela D’Ávila do PCdoB do Rio Grande do Sul, foi marcada pelo grande numero de interrupções feitas pela elenco de entrevistadores. Na bancada estavam: Vera Magalhães, colunista do jornal O Estado de S. Paulo e comentarista da Rádio Jovem Pan; Frederico d’Avila, diretor da Sociedade Rural Brasileira; Letícia Casado, jornalista da Folha de S.Paulo em Brasília; João Gabriel de Lima, coordenador de jornalismo do Insper e colunista da revista Exame; e Joel Pinheiro da Fonseca, economista e filósofo.
Ao longo de todo o debate reiteradas vezes, a pré-candidata teve a sua fala interrompida a ponto de atrapalhar seu raciocínio e terminar por não se expressar como gostaria. Comparando edições anteriores do mesmo programa com outros pré-candidatos, Ciro Gomes (PDT) foi interrompido oito vezes e Guilherme Boulos (PSOL) doze, Manuela D’Ávila foi interrompida sessenta e duas vezes, mais do que o triplo de vezes dos dois outros pré candidatos juntos.
Ainda que concorrentes, Ciro Gomes e Guilherme Boulos repudiaram em suas redes sociais a postura da bancada de entrevistadores do programa, Confira:
Toda solidariedade a minha querida amiga @manueladavila, uma das lideranças políticas mais extraordinárias desse país. Podem até tentar, mas não vão conseguir calar essa voz. pic.twitter.com/RyORHK7WVh
— Ciro Gomes (@cirogomes) 26 de junho de 2018
O Roda Viva de ontem foi mais uma expressão do machismo na sociedade brasileira. Minha solidariedade a @ManuelaDavila. Estamos juntos nesta batalha!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 26 de junho de 2018
Manifesto minha integral solidariedade à deputada Manuela D’Ávila, alvo de ataques machistas e misóginos no ‘Roda Viva’. Convidada para falar sobre sua candidatura, Manuela foi hostilizada pelo âncora e pelos entrevistadores. pic.twitter.com/twkL0dwLKM
— Dilma Rousseff (@dilmabr) 26 de junho de 2018
Foi interrompida dezenas de vezes para que não pudesse concluir as respostas. Um chefe de campanha de Bolsonaro foi convocado para insultá-la. Mas Manuela foi corajosa e firme. Saiu do programa engrandecida, como política e como mulher.
— Dilma Rousseff (@dilmabr) 26 de junho de 2018
O ato de interromper a fala de uma mulher ganhou nome próprio na literatura feminista. “Manterrupting” é o termo em inglês que sintetiza o hábito desrespeitoso que muitos homens têm de não permitir a conclusão da fala de uma mulher durante um debate.
A entrevista foi concedida nesta ultima segunda-feira (25), confira: