Um ataque a tiros matou um homem integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e feriu outras duas mulheres na noite desta quinta-feira (23) em frente a um hotel na Zona Leste de São Paulo.
Os atiradores aparecem segurando armas que seriam fuzis e metralhadoras. Eles se aproximam atirando em direção a pessoas que descem de um carro escuro que estaciona na entrada do saguão do Hotel Blue Tree Towers, na Rua Eleonora Cintra, no Jardim Anália Franco.
Wagner Ferreira da Silva morreu no ataque a tiros, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM). Existe a suspeita de que Wagner, que seria conhecido como Waguininho, Magrelo ou Cabelo Duro, possa ter sido morto por outros membros do PCC para vingar a morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.
Os nomes das mulheres não foram divulgados. Elas eram hóspedes do hotel e estavam saindo do local quando foram surpreendidas com os tiros. Elas acabaram socorridas ao Hospital Vitória e São Luiz. Não há confirmação do estado de saúde delas que teriam sido atingidas pelos disparos.
Segundo o hotel, Wagner não era hóspede. O carro que ele usava era blindado e estava estacionado em frente ao hotel. Um vídeo de câmeras do interior do hotel mostra o desespero dos hóspedes durante o ataque a tiros.
A Polícia Civil investiga se o crime foi um acerto de contas entre membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os investigadores querem saber se Wagner pertencia à facção criminosa.
Em nota, a administradora do hotel Blue Tree Towers diz que lamenta o ocorrido. “Os hóspedes envolvidos no incidente foram prontamente socorridos pela equipe do hotel e encaminhados a hospitais da região. A equipe da unidade continua dando todo suporte necessário. Prezando pela segurança de hóspedes e colaboradores, a empresa está à disposição para colaborar com qualquer investigação a ser realizada”, diz a nota.
Gegê do Mangue
A polícia vai investigar se Wagner tinha ligação com Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, mortos na semana passada.
Esses dois eram membros da quadrilha, estavam foragidos da Justiça e foram executados a tiros na quinta-feira (15) em Fortaleza. Um bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, interior paulista, informa que Gegê e Paca foram mortos por ordem de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que pertence à facção e está nas ruas.
O motivo da eliminação de Gegê e Paca, segundo o papel, é que os dois estavam desviando dinheiro do PCC.


“Amigos aqui é o resumo do Pe quadrado [Penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar os (…) o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”, informa o bilhete escrito a caneta num pedaço de papel.
Policiais investigam justamente se Wagner é o mesmo ‘cabelo duro’ citado no manuscrito como sendo o responsável por confirmar o motivo da execução de Gegê e Paca.
Fuminho, que seria o mandante, é gerente do tráfico de confiança de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC, e que está preso na P2 de Venceslau.
De acordo com a PM, o caso deverá ser registrado no 30 Distrito Policial (DP), Tatuapé, ou 31 DP, Vila Carrão. Por conta da complexidade do crime, policiais deverão pedir a ajuda do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para auxiliar nas investigações.