O crescimento da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em toda a América Latina, segundo o Índice de Desenvolvimento Inclusivo 2018 do Fórum Econômico Mundial. Mas Brasil e México foram os que tiveram o pior desempenho nos últimos cinco anos, com altas de 16% e 14%, respectivamente. Até o fim de 2017, a dívida pública do Brasil já chegava a 74% do PIB.
A Secretaria do Tesouro Nacional estima que a Dívida Bruta do Governo Geral, que inclui tanto a dívida federal como dos estados e as compromissadas, chegue a 74,8% do PIB do Brasil em 2018.
Essa porcentagem, pela projeção, crescerá em 2019 para 76% e chegará a 79% em 2026, conforme o Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em média, países emergentes têm, em média, dívida pública bruta de 48% do PIB.
O criador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, afirma que, por uma “questão de mentalidade”, o Brasil ainda não chegou ao ponto de passar de país emergente para desenvolvido. “Se quiser subir para um nível melhor, tem de estar faminto e sentir que quer criar um futuro melhor. O Brasil passou muito tempo achando que estava numa posição confortável e, claro, veio um retrocesso. É majoritariamente uma questão de mentalidade”, disse.
O estudo aponta ainda que, entre 74 países emergentes avaliados, o Brasil está em 37º lugar em relação à igualdade social.
O País tem um dos piores índices da América Latina, que tem Uruguai, Chile, Costa Rica, Panamá e Peru como países de economia mais inclusiva. A Argentina (23º) e o México (24º) aparecem à frente do Brasil neste quesito. O índice mostra também que a renda familiar aumentou no País, mas não foi capaz de melhorar a distribuição de riquezas. Apesar da melhora geral no desempenho da distribuição de renda na América Latina, a região concentra 11 dos 25 países mais desiguais do mundo.
“As abordagens econômicas precisam enfatizar o bem-estar e a inclusão social das gerações futuras como prioridades fundamentais para as economias latino-americanas, e muitos países ficam atrás de seus vizinhos, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Inclusivo. À medida em que os países saem da recessão, eles deveriam aproveitar a janela de oportunidades para acelerar as reformas para esse fim”, avaliou Margareta Drzeniek-Hanouz, chefe do Futuro do Progresso Econômico e membro do Comitê Executivo do Fórum Econômico Mundial.