Junho é o mês de Santo Antônio, o famoso santo casamenteiro. Em alusão à ele, na terra dos verdes canaviais, acontece uma das festas populares mais conhecidas do Brasil. Em Barbalha também mora Socorro Luna, a solteirona mais famosa do país, que há mais de 30 anos atua na Festa de Santo Antônio, com a Noite das Solteironas, distribuindo o chá do Santo, as simpatias e tradições casamenteiras.
Milhares de pessoas fazem uma espécie de roteiro em busca do amor: chá casamenteiro, nome escrito no Pau da Bandeira… Tudo para garantir que o casamento aconteça. Em contrapartida a esta procura, o número de divórcios no Brasil bateu recorde. De acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram 420 mil casos em 2022. Os indicadores mostram ainda que quase metade (47,7%) dos casais se
divorciam com menos de 10 anos de união. Mas, afinal, o que deve ser um casamento? A resposta é que deve ser a construção das necessidades básicas de cada parceiro. Jeffrey Young, criador da Terapia do Esquema – uma das terapias contextuais da terapia cognitivo-comportamental – diz que nós temos cinco necessidades básicas: aceitação e conexão; autonomia e competência; limites realistas; espontaneidade e lazer; liberdade de expressão e emoções válidas. Cada uma dessas necessidades se desdobra em muitas e só quando cada um dos envolvidos na relação sabe das suas próprias necessidades é que é possível atender as demandas do outro. Isso se chama aliança amorosa. Pode haver todo o amor do mundo entre o casal, mas, se as necessidades emocionais individuais não forem atendidas, não há aliança, troca nem saúde no relacionamento.
Existem pessoas que não encontram parceiros para uma relação saudável. Na psicologia, essa repetição de padrões está frequentemente ligada à busca do cérebro humano por familiaridade e segurança, mesmo que isso signifique reviver situações dolorosas. Estruturas cerebrais como o sistema límbico, responsável pelas emoções, e o córtex pré-frontal, envolvido na tomada de decisões, estão diretamente ligadas a esse processo. Quando uma experiência é vivida repetidamente, o cérebro cria conexões neurais que reforçam esse comportamento.
Então, para que um casamento seja uma celebração que vá além da cerimônia, é preciso que ambos saibam das suas necessidades e que consigam comunicar estas demandas, um ao outro, sempre interessados em atender isso de forma saudável e responsável.
Por: Mônica Araújo – Psicóloga